Ceará Natal de Luz 2023 traz novidades e vira palco de tradições familiares

Olhos atentos e expressões cheias de expectativa. É assim que permaneceram as milhares de pessoas que prestigiaram a abertura do Ceará Natal de Luz 2023, na Praça do Ferreira, na noite desta sexta-feira, 17. Festa homenageou o cantor Ednardo, contou com show de Geraldo Azevedo, trouxe novidades na organização e reacendeu tradições familiares — abrindo oficialmente os festejos natalinos na Cidade. 

No início da noite o equipamento público já estava lotado pelos populares. Crianças, jovens e idosos se aglomeravam em meio as árvores do local, que estavam enfeitadas por piscas-piscas. Além disso, adornos coloridos, representando elementos do Ceará, como jangadas, reforçavam a iluminação do espaço. 

O evento começou com exibições artísticas, como a apresentação do grupo Edisca, e trouxe momentos de expectativa que prenderam a atenção do público. Um deles foi quando a tradicional árvore natalina, instalada na praça, foi acesa. No palco, artistas representando "assistentes do papai noel" fizeram uma contagem regressiva até que a estrutura fosse inteira tomada pelo azul, ganhando todas as atenções. 

Neste ano a rede foi feita por velas e trouxe simbologias que representavam o nascimento de Cristo e também faziam alusão ao cantor Ednardo, que foi homenageado ainda por meio de um telão. Já para a tão aguardada chegada do Papai Noel, intérpretes brincaram com o público abusando da tecnologia.

Primeiro, foram usados espécies de telas onde hologramas de "duendes" apareciam falando com a plateia. Em seguida, os equipamentos foram unidos e houve novamente uma contagem regressiva até que o "bom velhinho" emergisse por trás dos aparelhos, como em um passe de mágica que encantou a criançada.  

Conforme Assis Cavalcante, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), uma das realizadoras do evento, a ideia de trazer tecnologia para o momento parte do principio "de sempre inovar" na chegada do Papai Noel. Além disso, ele conta que a árvore feita de velas também foi um atrativo diferente.

Pouco depois da apresentação dos corais no Hotel Excelsior, momento tradicional da noite, foi a vez dos adultos se divertirem ao som do cantor Geraldo Azevedo, que se apresentou na Cidade pela quarta vez só neste ano. "Cantar nesse evento maravilhoso é um encantamento para mim. Me sinto muito emocionado e ao mesmo tempo me sinto muito orgulhoso de ser uma das pessoas que fazem essa festa ficar mais alegre, mais feliz, através dessas canções que eu faço", destacou o cantor para O POVO. 

Evento atrai gerações familiares 

Para viver todas essas emoções Graça Teixeira, 46, chegou cedo ao local. Ela levou a filha Eleny, de apenas quatro anos de idade, para o evento pela primeira vez. Apoiada na mãe, a pequena olhava tudo com curiosidade, passeando os olhos assustados pelas luzes."Ela tá um pouco assustada, por conta que é a primeira vez (...) Eu gostei, tô achando muito emocionante", conta a dona de casa.

Quem também estreou no evento foi o pequeno Brian, de quatro anos. Usando um gorro natalino e apoiado nos braços do pai, o garoto não tirou os olhos do coral. "Ele tava no interior e veio para cá (...) É uma satisfação tá com ele aqui. Ele tá alegre", conta Edmilson Lopes, 46, pai do menino. 

Já para Maria Lucilene, 39, o momento faz parte de uma memória afetiva. Isso porque ela tem a tradição de ir para a festa todos os anos, ao lado do esposo e do filho. "Pra mim todos os anos é diferente um do outro, há quem diga que seja todos os anos do mesmo jeito mas eu acho diferente (...) Tá mais iluminado esse ano do que ano passado (...) A praça tá lindíssima", conta a trabalhadora doméstica. 

Quem também tem esse costume é Maria do Amparo, de 88 anos, que vai ao evento desde que os filhos eram pequenos. Hoje, se locomovendo por meio de cadeira de rodas, é ela quem é levada por eles. "Tô achando muito bom. Esse ano capricharam muito mais (na festa)", pontua a idosa, veterana da festa.

Ela estava com o filho, netos e até bisnetos no evento, mostrando que passou a tradição familiar por três gerações. "É uma tradição da família, minha mãe nos traz aqui todos os anos e agora quem está trazendo ela sou eu (...) É muito mágico, tão mágico que eu vim quando criança e hoje sou avô e tô trazendo meu neto", conta, com os olhos brilhando, Ipojucan Rodrigues, 58, filho da idosa. 

 

Colaborou a reportér Raquel Aquino