Pacientes esperam até nove horas por atendimento em UPA de Fortaleza
O POVO constatou esperas de até nove horas para atendimento. Pacientes reclamaram de falta de médicos e superlotação na UPA Cristo RedentorA Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Cristo Redentor, na avenida Castelo Branco, em Fortaleza, registrou na noite dessa segunda-feira, 6, uma lotação que fez com que pacientes esperassem até nove horas por um atendimento. Por volta das 19 horas, apenas dois médicos estariam atendendo os 93 pacientes que aguardavam — embora o aplicativo da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informasse que eram cinco profissionais.
Pacientes ouvidos por O POVO dizem que a superlotação é comum na unidade em Fortaleza, responsável por cobrir uma área superpopulosa. A reportagem constatou situações de pessoas que chegaram às 11 horas e só saíram às 20 horas. Pacientes de pulseira verde, a segunda menos prioritária, aguardavam entre seis e sete horas em média.
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Entre os pacientes que aguardavam atendimento nessa segunda estava Alexandra de Sousa Vieira, vítima de um corte causado por linha com cerol. Conforme o pai dela, Rogério Lopes Vieira, ela voltava do trabalho, de moto, por volta das 18 horas, quando foi atingida, na região do nariz e do braço, pela linha.
Após esperar mais de uma hora, ela desistiu de ser atendida na UPA, a qual recorreu por ser localizada próximo ao incidente, e procurou uma unidade particular. O caso aconteceu na avenida Leste-Oeste, nas proximidades da UPA. Alexandra conta que não caiu da moto pois conseguia travá-la de uma vez.
“Vinha o rapaz do outro lado, aí, ele viu meu aperreio, tirando o capacete, gritando”, narra Alexandra. “Estava saindo muito sangue, aí foi e estancou o sangue. Veio outro casal, me colocou no carro e trouxe, e o outro veio, na moto, na frente. Foi no instante que eu subi a viseira (que foi atingida) porque meu olho estava coçando.”
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) repondeu que a UPA do Cristo Redentor contava, nessa segunda-feira, "com equipe médica completa, incluindo dois clínicos gerais e dois pediatras, além de enfermeiros e técnicos de enfermagem".
Foram realizados 361 atendimentos, conforme a SMS, somente nessa segunda. A Secretaria informou ainda que médicos pediatras e clínicos gerais atendem na unidade conforme a classificação de risco do sistema Manchester.
"No referido sistema, o paciente recebe uma pulseira de cor azul, verde, amarelo ou vermelho. O paciente com pulseira verde representa caso em que não há risco de morte, podendo ser atendido sem prioridade. Além disso, esse mesmo sistema de classificação de risco busca facilitar e otimizar o atendimento", completa, em nota.
Com informações do repórter Cláudio Ribeiro