Edifício Andrea: Justiça absolve pedreiro e engenheiros vão a júri popular
Sentença considerou a falta de conhecimento técnico do pedreiro, que não tinha como prever o desabamento. Ainda não data divulgada para o júriEm decisão publicada nessa quarta-feira, 1, a Justiça do Ceará absolveu o pedreiro Amauri Pereira de Sousa das acusações de homicídio duplamente qualificado e de tentativa de homicídio duplamente qualificado, relacionadas às vítimas do desabamento do Edifício Andrea. O homem trabalhava na obra de restauro de pilares do prédio antes da tragédia.
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Segundo a sentença, proferida pelo juiz Antonio Josimar Almeida Alves, “não há como entender que o acusado Amauri Pereira de Sousa tinha condições de prever o resultado naturalístico do desabamento que findou nas mortes e lesões às vítimas, muito menos que assumiu o risco do referido resultado”.
Edifício Andrea: pedreiro não tinha experiência e trabalhou sob ordem dos engenheiros
Em depoimento, Amauri afirmou que trabalhou na obra sob ordem dos engenheiros José Andreson Gonzaga dos Santos e Carlos Alberto Loss de Oliveira. Antes do desabamento, ele realizava o serviço de retirar o reboco das colunas. Amauri contou que não tinha experiência com esse tipo de trabalho e que nunca pensou que o prédio poderia desabar.
A falta de conhecimento técnico do pedreiro e a subordinação aos engenheiros responsáveis pelo serviço foram consideradas na decisão.
A impronúncia do acusado foi requerida pelo Ministério Público, que considerou não ser exigido de Amauri “a capacidade técnica de analisar e compreender as condições da estrutura do edifício, nem da dimensão do impacto que sua intervenção nos pilares causaria”.
Edifício Andrea: engenheiros vão a júri popular
Já os engenheiros Andreson Gonzaga e Carlos Alberto foram pronunciados e irão a júri popular. Para o juiz, existem indícios suficientes de que os acusados possam ter contribuído para o desabamento do edifício.
“Porém, no caso, paira a discussão entre acusação e defesa se o crime teria sido praticado com dolo eventual ou culpa, ou seja, se os acusados assumiram ou não o risco de matar e lesionar as vítimas”, diz o texto da sentença. Os homens terão o direito de responder em liberdade.
Edifício Andrea: quem são as vítimas
Os acusados serão julgados pelo homicídios duplamente qualificados de Antônio Gildásio Holanda Silveira, Nayara Pinho Silveira, Rosane Marques Meneses, José Eriverton Laurentino Araújo, Izaura Marques de Meneses, Maria da Penha Bezerril Cavalcante, Maria das Graças Rodrigues, Vicente de Paulo Vasconcelos Meneses e Frederick Santana dos Santos.
Eles também são acusados de tentativas de homicídios duplamente qualificados de Fernando Marques Meneses Cândido, Davi Sampaio Martins, João Ycaro Coelho Meneses, Francisco Rodrigues Alves, Gilson Moreira Gomes, Antônia Peixoto Coelho e Cleide Maria Cruz Carvalho.