Fortaleza amplia repasse e destina R$ 3,6 milhões para tratamento do câncer no Crio
Com o acréscimo, a instituição garante atendimento para mais 852 novos usuários para tratamento de radioterapia. A instituição de tratamento vinha passando por um cenário preocupante no atendimento a pacientes por falta de recursos financeirosOs repasses orçamentários para o Centro Regional Integrado de Oncologia (Crio) foram ampliados pela Prefeitura de Fortaleza, destinando aporte de R$ 3,6 milhões para o tratamento do câncer na unidade. O contrato entre o centro e a gestão municipal, que garante o acréscimo, foi assinado pelo prefeito José Sarto (PDT) nesta segunda-feira, 30, na sede da instituição, no bairro Álvaro Weyne, em Fortaleza.
Com acréscimo nos repasses, o Crio passa a ter um aumento de 852 novos usuários para tratamento de radioterapia. Antes, a instituição realizava o tratamento para 2.532 pacientes, por ano. A partir de agora, serão 3.384. Um aumento de 33% no atendimento oncológico na instituição.
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Conforme o prefeito José Sarto, o investimento será distribuído mensalmente. “Mês a mês, de acordo com o repasse do Fundo Nacional de Saúde para o Fundo Municipal de Saúde. Os recursos têm uma regularidade e vamos aplicar mês a mês. É um incremento importante que dá a milhares de pessoas uma condição melhor de fazer abordagem terapêutica”, informa.
A instituição vem passando por um cenário preocupante no atendimento a novos usuários em virtude da falta de verba na unidade. Em março deste ano, o Crio teve redução de 20% do teto orçamentário mensal pela Secretaria da Saúde de Fortaleza (SMS).
Ainda neste mês, a instituição informou que os atendimentos estavam 30% abaixo do ideal por falta de recursos financeiros. Em julho deste ano, a instituição, que é referência no tratamento oncológico, chegou a suspender consultas iniciais para pacientes da Capital e do interior diante do cenário financeiro.
De acordo com a diretora do Crio, Suely Kubrusly, o cenário vinha sendo de apreensão. “A gente sabia que tinha muito paciente desassistido e nós sem poder atender. A população precisava desse suporte. Com esse reconhecimento da prefeitura, a gente vai sanar e dar vida novamente aos nossos pacientes”, comenta.
A Unidade de Alta Complexidade em Oncologia é regulada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e conveniada com o Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento de pacientes com câncer. No local, são realizadas cirurgias, quimioterapia, hormonioterapia, terapias biológicas e radioterapia.
O titular da SMS, Galeno Taumaturgo, informa que a ampliação de recursos vai aliviar o atendimento aos pacientes. “É um alívio muito grande no sentido de agilizar o tratamento em tempo hábil e que as pessoas não sofram por falta de tratamento, especificamente radioterapia”, avalia.
A gestão municipal informou, ainda, que com o aporte para tratamento oncológico, Fortaleza garante a oferta de 60% dos atendimentos de radioterapia no Estado. Serão 6.372 sessões de radioterapia contratualizadas por ano, sendo 3.384 no Crio e 2.988 no Instituto do Câncer do Ceará (ICC), para acolher, além dos pacientes de Fortaleza, os oriundos do interior do Estado.
Com o novo aporte financeiro para o Crio, somado ao valor já aplicado pela Prefeitura na instituição, o montante ultrapassa R$ 33 milhões por ano. Os valores, oriundos do recurso que o poder público municipal dispõe para aplicar no Sistema Único de Saúde (SUS), irão otimizar o processo terapêutico do câncer.
Atualmente, o Ceará possui nove instituições para tratamento do câncer. São eles: Hospital São Camilo, Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), Hospital Haroldo Juaçaba (Instituto do Câncer do Ceará, ICC), Hospital Distrital Dr. Fernandes Távora (Crio) e Santa Casa de Misericórdia, em Fortaleza; Hospital Maternidade São Vicente de Paulo, em Barbalha; e Santa Casa de Misericórdia de Sobral.
No último dia 11 de outubro, o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT) disse, em live nas redes sociais, que o tratamento do câncer será implementado em todas as regiões do Estado. O investimento previsto nesta medida é de R$ 273 milhões.
Atualmente, das nove instituições para o tratamento da doença, duas são geridas pelo Estado: Hospital Haroldo Juaçaba (Instituto do Câncer do Ceará, ICC) e o Hospital Albert Sabin, ambos localizados em Fortaleza.