Bombeiros realizam curso de alto rigor em navio naufragado no Ceará

Bombeiros mergulharam a 135 km da costa cearense. A embarcação naugrafada é do ano de 1943

Agentes do Corpo de Bombeiros e Policiais Militares do Ceará, do Maranhão, e da Bahia, mergulharam em um abrigo de tubarões na costa cearense para realizar um curso de alto rigor que prepara profissionais para fazer resgates aquáticos.

O mergulho foi realizado na carcaça do Macau, embarcação afundada a 140 da costa cearense, e a 20 metros de profundidade. O navio virou refúgio de tubarões e outras espécies da fauna marinha.

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Segundo os bombeiros, os vestígios da embarcação são ricos em cardumes de galos, pargos, guarajubas, lagostas, peixes recifais, arraias, tubarões-lixa e outras espécies.

Em entrevista concedida ao O POVO, o capitão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), Danilo Cidreira, explica que a atividade é essencial para aprimorar as habilidades. “No período de formação do bombeiro, eles aprendem só o básico, que é o mergulho de resgate, mas não criam a habilidade. E o objetivo do curso é exatamente este, capacitar o bombeiro para fazer ações que exigem mais conhecimento em locais subaquáticos.”

O curso é realizado pela Academia Estadual de Segurança Pública em parceria com o Corpo de Bombeiros, através da Companhia de Mergulho de Resgate. São 360 horas de instruções durante 60 dias. Os agentes já participaram de aulas coordenadas no fundo de uma piscina.

Navio Macau

Com quase 100 metros de comprimento, o Macau era uma embarcação norte-americana e foi fabricado em 1943 para ser utilizado na Segunda Guerra Mundial. Na época, ele serviu de transporte e desembarque de veículos pesados.

No início da década de 1950 foi vendido para a Companhia de Navegação São Jorge e transformado em navio cargueiro.

O Macau naufragou no litoral de Fortim no dia 22 de dezembro de 1961 enquanto era rebocado para reparos.

Detalhes sobre o treinamento

“Precisa ter uma técnica muito grande, uma calma e um condicionamento físico constante. Uma pessoa que pesa 80 quilos, por exemplo, quando se equipa para mergulhar, fica com cerca de 30 quilos a mais”, detalha Danilo.

No começo deste mês, os alunos tiveram que realizar uma prova, com perguntas sobre técnicas de salvamento e sobrevivência, debaixo d'água.

Outros ensinamentos do curso rigoroso, incluem aulas de: mergulho livre, mergulho autônomo, física do mergulho, fisiologia do mergulho, dentre outros.

Danilo finaliza explicando que o curso prioriza mergulhos em açudes e lagoas, pois são locais de pouca visibilidade mas que, ainda assim, acontecem diversos acidentes. Entretanto, as operações no mar se fazem necessárias.

“Somos contatados para resgatar pescadores, dentre outras situações. O Macau além da distância de 3 horas de navegação, ele tem muitas penetrações no casco, que dá muita disponibilidade para os alunos conseguirem mergulhar sem se cortar”, explica Cidreira.

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