Vítimas são torturadas e decapitadas no Grande Pirambu, em Fortaleza

Decapitações e execuções com sinais de tortura foram registradas nos bairros Pirambu, Barra do Ceará, Carlito Pamplona e Goiabeiras, na Capital. Foram registradas pelo menos cinco mortes entre segunda e quarta, 18

15:30 | Out. 20, 2023

Por: Jéssika Sisnando
Crime com sinais de tortura foram registrados na área do Grande Pirambu, em Fortaleza, nesta semana (foto: Reprodução/Vídeo via WhatsApp O POVO )

Duas pessoas foram torturadas e decapitadas nesta semana, sendo uma na Barra do Ceará e a outra no espigão do Moura Brasil, áreas do Grande Pirambu, em Fortaleza. A primeira vítima estava em um lixão, e, no segundo caso, no espigão, o corpo foi achado jogado nas pedras e a cabeça no mar. Foram registradas pelo menos cinco mortes nas áreas dos bairros Pirambu, Carlito Pamplona e Barra do Ceará, entre a segunda-feira, 16, e a quarta-feira, 18.

O POVO apurou que na terça-feira, 17, o corpo achado no espigão do Moura Brasil, próximo à Leste Oeste, no Pirambu, seria de uma mulher identificada como Francisca Mayara de Sousa Chagas, de 28 anos. Ela tinha antecedentes por tráfico de drogas. 

Ainda na terça-feira, conforme fonte policial, foi morto Geison Xavier de Paula, no Carlito Pamplona. Ele tinha pelo menos quatro antecedentes de roubo, além de homicídio e associação criminosa. Ele pilotava uma motocicleta quando foi atingido por vários disparos de arma de fogo, na rua do Tirol. 

Outro caso, ainda na terça-feira, foi o homicídio a tiros de um homem identificado apenas como "Macarrão". Crime aconteceu na região da comunidade Goiabeiras, na Barra do Ceará

Na madrugada de quarta-feira, 18, foi encontrado o corpo de Ednilson da Silva Sousa, que tinha antecedentes por roubo, associação criminosa e corrupção de menores. O crime aconteceu na rua Estevam Campos, na Barra do Ceará. A vítima estava decapitada, e imagens que circulam nas redes sociais mostram que o corpo foi queimado

Na quarta-feira, 16, um outro corpo foi achado sobre as pedras do espigão do Moura Brasil, no Grande Pirambu, sem roupas e com lesões a faca. A identificação da vítima, obtida pelo O POVO, é de que se tratava de Carlos Emerson Sá de Oliveira, conhecido como "Arcanjo", morador do bairro Jacarecanga.

Ele respondia na Justiça por crimes de tráfico de drogas e roubo. E seria companheiro de Mayara, mulher que foi encontrada decapitada na terça, também no espigão. Fontes policiais relataram que a motivação do assassinato de Mayara e de Carlos Emerson seria a disputa entre facções criminosas. 

Sobre o assassinato no bairro Carlito Pamplona, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou em nota que a Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) investiga as circunstâncias de um homicídio e que as investigações estão a cargo da 4ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). 

Já sobre o assassinato na Barra do Ceará, a Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) informou que segue investigando um homicídio doloso registrado no bairro. O corpo da vítima, um homem, de 25 anos, com antecedentes criminais por roubo, associação criminosa e corrupção de menor, foi encontrado em uma via pública com sinais de violência. A nota informou ainda que as investigações estão a cargo da 8ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE).

Nas redes sociais, foram publicadas imagens e vídeos dos crimes. No caso de Mayara, uma fotografia dela foi amplamente divulgada. Outras imagens gravadas por moradores mostram a cabeça da vítima boiando no mar.

Em outro vídeo, os criminosos aparecem atirando contra uma pessoa e fazendo referência à facção criminosa Comando Vermelho, além de indicar que a vítima seria da facção "Massa".

Guerra entre facções 

No mês de agosto, uma guerra entre facções no bairro Carlito Pamplona se estendeu entre a Barra do Ceará e o Pirambu. Escolas tiveram as aulas suspensas, comércios fecharam e carros foram incendiados.

Foram registradas três mortes no Carlito Pamplona. As forças de segurança realizaram operações na área, e houve prisão de adultos, apreensão de adolescentes e armas de fogo. Moradores não conseguiam sair de casa para trabalhar. Algumas pessoas tiveram veículos queimados e até a coleta de lixo foi suspensa na área durante os conflitos. 

Ainda no mês de agosto, a Polícia prendeu "Turinga", apontado como um dos mandantes dos ataques. Pelo menos 16 pessoas foram detidas por envolvimento nas ações.