Feriado: Cidade da Criança faz jus ao nome em manhã voltada às brincadeiras
O Centro de Fortaleza recebeu diversão e interação nesta quinta, 12, feriado de Nossa Senhora Aparecida, no qual é comemorado o Dia das Crianças. Famílias aproveitaram programação gratuitaA Cidade da Criança, no Centro de Fortaleza, foi palco de diversão e interação nesta quinta-feira, 12, feriado do Dia das Crianças. Dezenas de famílias levaram os mais novos para desfrutar da programação recreativa gratuita, que incluiu orientações lúdicas sobre meio ambiente, trânsito e saúde.
O Parque da Liberdade, como também é conhecido o lugar, foi palco de opções para a criançada de diferentes idades. A lagoa foi rodeada por estandes da programação do “Vem Brincar, Fortaleza”, projeto realizado pela Prefeitura para incentivar a ocupação de espaços públicos e a integração social.
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Um palco principal, na entrada pela rua Pedro I, recebeu peças teatrais e shows. Em outros pontos, havia pintura facial, oficina de brinquedos recicláveis, contação de histórias e escultura de balões, além de um “minicircuito” de bicicleta conduzido por agentes da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC).
Mesmo com o "cardápio" de lazer variado, muitas crianças se voltaram à lagoa em busca de interatividade. Foi o caso dos dois filhos da professora Juliana Maia, de 38 anos. Cecília e Benício, que visitavam a Cidade da Criança pela primeira vez, se encantaram com a observação dos peixes.
Moradora da Serrinha, Juliana contou que — tanto com filhos, quanto com alunos —, gosta de incentivar os mais novos a interagirem entre si e com a natureza, em ambientes abertos. Para ela, visitar a Cidade da Criança nesta quinta foi importante para conceber que “um ambiente que já foi ermo, de pouca visitação” se tornou “muito bem movimentado”.
A visita e o diálogo com espaços públicos e abertos foram relatados como objetivo de pais e mães. Eudes Araújo, 48, compareceu ao “Vem Brincar, Fortaleza” com o filho pelo segundo ano consecutivo. “Nos momentos livres que a gente tem, não deixamos a oportunidade de investir no desenvolvimento necessário da criança”, disse o educador físico.
A visão é compartilhada pela cuidadora Carla Queiroz, 54, que levou dois netos, Carlos e Ana. Por morarem perto do Parque Rachel de Queiroz, no bairro Presidente Kennedy, a família costuma levar as crianças para brincar ao ar livre. “É importante para se desenvolverem, se formarem pessoas de bem, que sabem o que é cultura e o que é a vida”, analisou ela.
Para Tiago Pontes, a brincadeira fora de casa é importante pelo tempo longe de telas. A família dele, que mora na Aldeota, tem o costume de visitar a Cidade da Criança e outros espaços da Capital, muito instigada pelos pais. “Tem uma horinha ali para ver TV no fim de semana, mas celular eles não usam. Preferem atividades externas”, comentou o médico.
A ligação das crianças com celulares, tablets e computadores também é uma preocupação de Juliana Maia. Além de matricular os dois filhos em escolas de tempo integral, ela estabeleceu “uma rotina para eles. O contato é mais à noite. 21 horas encerro porque é hora de dormir”, contou.
Dia das Crianças: resgate das brincadeiras tradicionais
Quando perguntados sobre seus próprios tempos infantis, os pais que compareceram à Cidade da Criança nesta quinta sorriram ao comparar como eram as brincadeiras antes e como são hoje. Um dos estantes montados no parque era focado em “brincadeiras tradicionais”. No entanto, o fluxo de crianças era menor comparado a outros espaços da programação.
Carla Queiroz enxerga a mudança nas rotinas de recreação como “um pouco ruim”. Isso porque “muitas crianças querem estar com celular e tablet e perdem a infância… Na minha época, ave Maria, a gente brincava de pega-pega, esconde-esconde, de corda, era muito divertido. E hoje eu passo isso para eles, deixo eles brincarem bastante para não perderem a infância”.
“Hoje a gente vê pouquíssimo as brincadeiras tradicionais, que eu curti bastante. E na medida que elas vão se modificando, a gente tenta acompanhar esse ritmo, que é bem acelerado para eles”, complementou Eudes Araújo.
Neiliane Sousa, 38, tem dois filhos, uma já crescida. Ela relatou tê-la criado “presa”, sem contato com ambientes externos ao lar, muito influenciada por sua própria infância rural. Atualmente, porém, ela reconheceu que “não se pode viver só o mundo de casa, tem que viver o mundo de fora. Interagir com outras crianças, especialmente se não for do mesmo meio social”.