Projeto voluntário promove micropigmentação de areóla mamilar para mulheres mastectomizadas

Objetivo do projeto é deixar as mamas com a aparência mais próxima da natural antes da doença

Solidariedade, amor e cuidado preencheram o laboratório de estética da Unifametro, no bairro Jacarecanga, em Fortaleza, nesta segunda-feira, 9. O local recebeu a 10ª edição da Ação Amigos do Peito, projeto voluntário de micropigmentadoras que tem como objetivo restaurar a autoestima de mulheres que já tiveram câncer de mama, a partir da recuperação do desenho da aréola mamilar com ajuda da micropigmentação, de forma gratuita.

Em atividade desde 2014, a iniciativa já beneficiou cerca de 350 mulheres. Nesta segunda-feira, 9, o mutirão realizou o procedimento em outras 12 clientes. Ao todo, 11 micropigmentadoras estiveram prestando o serviço. O projeto contou, nesta edição, com o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde do Estado e Secretaria de Mulheres. Também apoiam o mutirão a Unifametro e a empresa Nômades Tattoo. 

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Foi em uma palestra na cidade do Cristo Redentor que surgiu a ideia de desenvolver o projeto Amigos do Peito. A coordenadora do grupo, Gisele de Paulo, conta que estava em um congresso de Estética, no Rio de Janeiro, quando assistiu a uma palestra e teve o desejo de reunir amigas da área em prol de trazer o projeto de micropigmentação de mamas para mulheres que passaram pela mastectomia em Fortaleza.

“Sabemos que, muitas vezes, mulheres que foram acometidas pelo câncer de mama não têm acesso ou condições financeiras para realizar o procedimento. Com o projeto, queremos possibilitar que esse desejo de resgatar a autoestima seja concretizado de forma segura e gratuita", afirma a esteticista.

Embora o mutirão ocorra apenas uma vez por ano, em alusão ao Outubro Rosa, mês de prevenção contra o câncer de mama, as esteticistas voluntárias atendem as clientes por agendamento em seus estúdios particulares, também de forma gratuita e por meio de formulário online. Para ser atendida, no entanto, Gisele elenca que as mulheres devem atender aos seguintes requisitos:

- Estar com alta médica;

- Quadro de saúde estável;

- Ter a prótese mamária já implantada, sendo o procedimento apenas de micropigmentação;

A atleta internacional de dragon boat e paciente já recuperada de câncer de mama, Fabíola Guedes, participou do projeto quando ele ainda estava dando os seus primeiros passos. Em 2008, ela descobriu o CA na mama esquerda. Teve de retirar o mamilo e a auréola para a cirurgia de mastectomia. Anos mais tarde, em 2014, foi beneficiada pelo projeto Amigos do Peito e decidiu que queria trabalhar voluntariamente na iniciativa.

“Ganhei um grande presente. Queria retribuir de alguma forma. Como sou formada em Secretariado, a Gisele disse que eu poderia atuar recepcionando as clientes. Desde então, estou aqui. É um projeto lindo e cheio de propósito, sou muita grata e fico feliz em poder contribuir”, diz.

A empresária Celina Moisés, de 43 anos, descobriu que estava com câncer de mama aos 30 anos, no ano de 2010, quando tinha acabado de dar à luz a gêmeos. Ela conta que, à época, uma "avalanche de sentimentos" a conturbou. Hoje, já recuperada há 13 anos, ela participa pela segunda vez do projeto, para fazer o retoque da micropigmentação.

"Sou a prova viva de que existe vida após o câncer. Que é possível vencer. Fazer parte desse grupo significa muito para mim, pois sei que há quem não tenha a mesma oportunidade. Vim para fazer o retoque das mamas, sai até com as sobrancelhas feitas. Então, se você estiver precisando de ajuda, não hesite em pedir. Ainda há muito o que se viver", relata.

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