Caps em Fortaleza: nova sede no bairro Amadeu Furtado amplia atendimento

Atualmente, o equipamento possui 2.618 pacientes ativos cadastrados. Com ampliação de novos espaços, como consultórios e espaços de convivência, o local passa a atender mais pessoas, a partir da busca dos usuários. Projetos estão sendo articulados para visar políticas de drogas na Capital a partir do uso de dados

A nova sede do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (Caps) AD foi entregue pela Prefeitura de Fortaleza, nesta terça-feira, 3, no bairro Amadeu Furtado, na Capital. O equipamento possui, atualmente, 2.618 pacientes ativos cadastrados e passa a atender mais usuários com a instalação de novos espaços na estrutura. O atendimento porta-aberta funciona das 8 às 17 horas.

Em funcionamento próximo à antiga sede, localizada no bairro Rodolfo Teófilo, o equipamento atende pessoas na faixa etária acima de 16 anos, com transtornos mentais graves e persistentes decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas. No local, foram instalados três novos consultórios. Ele ainda conta com salas de atividades coletivas e de convivência, farmácia, refeitório e posto de enfermagem.

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Para receber atendimento na unidade não é necessário encaminhamento de postos de assistência primária, visto que o local atende de forma emergencial e grave os usuários. O Caps AD recebe pacientes de demanda espontânea para abertura de prontuário. O centro conta com psicólogo, terapeuta ocupacional, médico clínico, médico psiquiatra, assistente social, enfermeiro e técnicos de enfermagem.

Durante entrega do equipamento, o prefeito José Sarto (PDT) destacou as novas mudanças. Segundo ele, a equipe foi ampliada de seis para nove, contando agora com o total de 28 profissionais atuando na nova sede. “A nossa intenção é dar um olhar especial, que merece atenção à saúde mental do fortalezense”, pontuou.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), outras estratégias são realizadas no Centro AD com foco na saúde dos atendidos. Entre elas estão a redução de danos e reinserção social, reinserindo-o na comunidade, por meio de um acompanhamento mais humanizado e centrado nas necessidades do indivíduo e integrando a família.

O titular da Coordenadoria de Política sobre Drogas (CpDrogas) da Prefeitura de Fortaleza, Teka Lenz César, informa os projetos voltados aos atendidos. “Temos projetos de treinamento esportivo na areninha aqui próxima com usuários, com campeonatos, temos projeto de inserção social através da arte e da cultura, temos muitos usuários artistas”, comenta.

Conforme o secretário da SMS, Galeno Taumaturgo, o Caps AD tem três grandes funções: a possibilidade de observação de pacientes 24 horas, porta de encaminhamento para internação e o atendimento ambulatorial. Ainda segundo Galeno, a expectativa é a construção de mais três Caps na Capital. A previsão é que o próximo equipamento, previsto para ser de atendimento a Álcool e outras Drogas (AD), seja instalado no bairro Jacarecanga nas próximas semanas.

Em Fortaleza, a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) é composta por 24 equipamentos, sendo 16 Centros de Atenção Psicossocial (seis gerais, três infantis e sete álcool e outras drogas), cinco unidades de acolhimento para dependentes químicos e três residências terapêuticas.

Ao todo, a cidade ainda conta com 701 profissionais de nível médio e superior que atuam na atenção psicossocial de Fortaleza. A média de atendimentos mensais, em um período regular, é de 16,5 mil nos seis Caps Gerais, 8,5 mil nos sete Caps AD e 6,5 mil nos dois Caps Infantis.

Projeto vai levantar dados, traçar perfil e analisar dados de usuários para políticas de drogas

Uma iniciativa para traçar o perfil epidemiológico do usuário de drogas na Capital, a partir de uma coleta e análise de dados, está sendo articulada pela Coordenadoria de Política sobre Drogas (CpDrogas), da Prefeitura de Fortaleza, para articular políticas de drogas na Capital. A previsão de lançamento do projeto é para julho de 2024.

O projeto, já divulgado pelo O POVO, contará com parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e que resultará na entrega de três resultados: levantamento de dados, perfil epidemiológico e análise de dados cruzados. Outro parceria no projeto é o uso da plataforma BigData Fortaleza, lançada na última quarta-feira, 27, onde trabalha com a coleta de dados para dar suporte aos gestores municipais na reformulação e no planejamento de políticas públicas.

De acordo com o titular da CpDrogas, Teka Lenz César, os dados, que serão trabalhados de forma cruzada por especialistas do Laboratório de Psicometria da UFC, serão coletados nos 39 territórios administrativos de Fortaleza. A ideia é que a pesquisa seja realizada em aproximadamente oito meses e utilizada na elaboração do Plano Municipal Integrado de Políticas sobre Drogas de Fortaleza.

“Vamos ter uma ampla informação para poder trabalhar esses dados junto com o BigData Fortaleza na proposta de uma nova política sobre drogas. Dados baseados em evidência científica vamos poder trabalhar essa política de uma forma mais eficaz”, disse.

Ainda segundo Teka, o BigData vai auxiliar na quantidade de dados que Fortaleza tem em diversas áreas, como saúde, educação e segurança, para fazer o cruzamento das informações e ter uma visão macro do cenário dos usuários em Fortaleza.

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