BigData Fortaleza: nova plataforma é lançada com foco na Primeira Infância

Plataforma reunirá, primeiramente, dados a demandas por creches, acompanhamento de gestantes e vacinação para planejamento de políticas públicas

10:37 | Set. 27, 2023

Por: Mirla Nobre
A plataforma BigData Fortaleza dará suporte aos gestores municipais na reformulação e no planejamento de políticas públicas (foto: Samuel Setubal)

A plataforma BigData Fortaleza foi lançada nesta quarta-feira, 27, para dar suporte aos gestores municipais na reformulação e no planejamento de políticas públicas na Capital. Com uso de Inteligência Artificial (IA), o foco inicial será à Primeira Infância a partir do cruzamento de informações com as áreas da saúde e educação. A plataforma contará com dados relacionados à demandas por creches, acompanhamento de gestantes e vacinação para planejamento das medidas.

O lançamento do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor) ocorreu no Paço Municipal, no Centro de Fortaleza, por volta das 10 horas.

As outras duas áreas: Saúde e Educação, também serão trabalhadas de forma centrais na plataforma. O objetivo é ter políticas públicas mais assertivas na Capital, conforme a Prefeitura Municipal de Fortaleza. A previsão é que, a partir de demandas de urgência visualizadas com os dados, ou seja, a identificação de problemas, novas áreas sejam implantadas na plataforma.

A escolha das três primeiras áreas levou em conta as demandas de urgência em Fortaleza. “Essas secretarias trabalham diretamente com uma população mais vulnerável e que demanda atenção e melhores serviços públicos”, disse o superintendente do Iplanfor e vice-prefeito de Fortaleza, Élcio Batista.

Ainda segundo Élcio, a plataforma será para fazer o uso correto dos dados para o planejamento de políticas públicas e utilizar as informações para monitorar e avaliar essas políticas no município. O gestor destaca que o objetivo é avançar no uso da tecnologia.

"Algumas secretarias tem um estágio de maturidade maior e outras menor, mas estamos avançando dentro do Iplanfor para que haja maior confiabilidade nos dados e um tratamento melhor para que as políticas públicas possam ser mais eficientes e gerar mais equidade", espera o superintendente.

A plataforma vai integrar dados da saúde, educação e primeira infância por meio do cruzamento de informações de cada área. Os gestores municipais vão poder visualizar, por exemplo, dados de crianças matriculadas na rede municipal de ensino que estão ou não vacinadas.

Diante disso, algumas medidas podem ser articuladas, como aumento da imunização para auxiliar no desenvolvimento do público assistido. "Com uso da Inteligência Artificial, a plataforma vai mandar alertas sobre as situações. É assim que a plataforma se desenvolver para um desenho de políticas públicas. Dados servem para solucionar problemas", pontua Élcio.

Os dados disponíveis em tempo real, como a quantidade de crianças vacinadas nas escolas, quantas mulheres grávidas fizeram não fizeram a quantidade exata de consultas pré-natal, pode auxiliar no planejamento de ações na saúde. É o que explica o secretário Municipal de Saúde (SMS), Galeno Taumaturgo.

"A gente pode fazer um planejamento de forma mais célere e favorece que essas políticas sejam mais eficazes, com resultados mais rápidos e diminui as diferenças para promover a justiça social. Você consegue identificar pessoas em situações de vulnerabilidade que não se tinha conhecimento. Em cima desses dados, a gente consegue fazer as políticas", cita o titular da SMS.

De acordo com a secretária da Coordenadoria Especial da Primeira Infância de Fortaleza, Angélica Leal, com o objetivo de trabalhar à primeira infância, inicialmente, a pasta vai monitorar o acompanhamento dos dados e integrar as secretarias com a área inicial.

"A primeira infância é um período muito curto, que vai da gestação aos seis anos de idade. A intervenção de políticas públicas nessa área precisa ser muito rápida e por isso é importante ter Inteligência Artificial porque ela vai acionar esses alertas para que as politicas públicas sejam implementadas de maneira mais ágil e assertiva", explica Angélica.

A titular da Secretaria Municipal de Educação (SME), Dalila Saldanha, explica que, apesar da pasta já participar de uma base de dados nacional e populacional, por meio do Censo Escolar, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), respectivamente, a iniciativa chega para ampliar as informações.

"O BigData vai trazer informações em tempo real acompanhando diariamente os nascidos, onde eles residem e isso trará uma possibilidade real de planejar, de forma imediata, onde tem aquela necessidade e cruzar onde tem a vaga. A função do BidData [na educação] será para alocar os recursos da melhor forma", explica Dalila. Ela ressalta que a plataforma serve, além de planejar, acompanhar as necessidades dos assistidos nesta primeira etapa.

Uso da Inteligência Artificial para políticas públicas

A plataforma destinada aos gestores municipais com objetivo de planejar políticas públicas terá como diferencial o uso de Inteligência Artificial. Com a tecnologia, a iniciativa poderá projetar o número de creches e vagas a serem implantadas a partir do número de nascidos, por exemplo. É o que explica a coordenadora do programa e cientista chefe, a professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Rossana Andrade.

"A gente usa técnica de inteligência artificial para fazer predições. Atualmente, um gestor para construir um plano municipal ele utiliza indicadores a partir de dados manuais. Com a plataforma, automaticamente, o gestor pode ter uma previsão a longo prazo através dos dados atuais e histórico que a gente tem para projetar políticas", informa.

O equipamento reunirá fonte de dados públicos, como do Ministério da Saúde, o DataSuS, e Ministério da Educação (MEC), pelo Inep. Além deles, os gestores contarão com dados fechados, classificados de "sensíveis", que estão sob domínio da gestão municipal. 

Segundo Rossana Andrade, a ideia é que, ao gestor analisar os cenários dentro da plataforma, ele consiga tomar decisões baseadas em evidências. "Os gestores vão poder discutir entre si, tomar decisões, analisar cenários e ficar mais próximo do cidadão. Inicialmente, trabalhamos com dados de sistemas públicos e depois, a partir de dados da própria prefeitura, começam a trabalhar os dados sensíveis", informa.

Ainda segundo Rossana, a escolha da primeira infância para ser ponto piloto do projeto está relacionado com a importância do desenvolvimento infantil destacado pela Prefeitura de Fortaleza. Nessa área, a coordenadora explica que foram trabalhados dados relacionados as matrícula nas creches, vacinação e acompanhamento de gestantes. A previsão é que mais áreas sejam incluídas no projeto a partir de demandas de urgência.

Durante o lançamento, estiveram presentes o superintendente do Iplanfor e vice-prefeito de Fortaleza, Élcio Batista, o secretário Municipal de Saúde, Galeno Taumaturgo, a secretária Municipal de Educação, Dalila Saldanha, a secretária da Primeira Infância, Angélica Leal, o secretário de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Francisco Ibiapina, e o reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Custódio Almeida.

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Atualizada às 14h24min