Mães de vítimas aguardam resultado do terceiro julgamento da Chacina do Curió

Enquanto aguardam a decisão do júri marcada para este sábado, 16, mães das vítimas da Chacina pedem condenação dos réus. Votação dura mais de sete horas

As “Mães do Curió” estão concentradas em frente ao portão do Fórum Clóvis Beviláqua, no fim da tarde deste sábado, 16, enquanto aguardam o fim da votação secreta do terceiro julgamento da Chacina do Curió. O corpo de júri decide, há mais de sete horas, pela culpabilidade ou absolvição de oito policiais militares.

Edna Carla Souza, mãe do Alef — morto na Chacina do Curió — acredita que o resultado deste julgamento será positivo. “Vamos conseguir sim, porque não podemos continuar pagando as balas que matam nossos filhos. Nossa luta é justa, por igualdade aos jovens da periferia”.

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O amor de mãe é um amor sem limites. Transpassa qualquer limite nessa vida. A dor que sai de dentro do nosso útero é a mesma de quando nós enterramos nossos filhos, foi rasgado nosso útero. Só que esse útero nunca foi fechado, só irá fechar no dia que tivermos Justiça", ressalta.

Para a mãe do Jardel Lima dos Santos — também morto na Chacina, Suderly de Lima, esta é uma luta que perdura há 8 anos e a força para continuar lutando surge "da união, do amor pelos filhos, e do aguardo pela Justiça”. “Estamos aqui para dignificar e limpar o nome dos nossos filhos”, acrescenta.

Luta não acabará, afirmam Mães do Curió

Desistir não passou pela cabeça de Silvia Helena Pereira de Lima, mãe de dois sobreviventes, e irmã de Suderly (portanto, tia de Jardel - morto na Chacina), em nenhum dos julgamentos. Pelo contrário, a vontade de buscar por Justiça só é reforçada dia após dia, confirma a mãe. 

"Essa inocência só será coroada quando tivermos todos esses julgamentos concluídos e os assassinos condenados".

A luta das mães do Curió é um símbolo de luta contra todos os assassinatos nas periferias de Fortaleza e no restante do Brasil. 

Por isso, Silvia pede, que as mães não se calem perante a situação. "Tem um provérbio que diz 'uma andorinha sozinha não faz verão'. Mas quando elas se juntam, elas chegam. Não fiquem só. Uma mãe veio a mídia, e começou a chegar as outras de Fortaleza e do país inteiro".

Ana Lucia Costa Santos, esposa de um dos homens mortos, reflete que, neste momento, é preciso "erguer a cabeça tenha para os próximos confrontos no Judiciário no próximo ano".

"Pelos nosso filhos, pela minha filha, pelos filhos que se foram, as vezes a gente tem que engolir o choro", conta, engolindo o choro.

Independente do resultado, ela afirma, também em nome das demais mãe, que não irão parar. "Eles tem o direito deles e nos temos o direito de lutar. Transformamos o nossos luto em luta, para que a gente seja forte, corajosa, perseverantes, e todo esse povo, toda a vigilia, a gente agradece", encerra.

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