Chacina do Curió: começa 3º julgamento de PMs acusados
Caso aconteceu em novembro de 2015m quando 11 pessoas foram assassinadas. Terceira fase do julgamento deverá contar com 21 depoimentos
10:03 | Set. 12, 2023
O terceiro julgamento dos réus pela Chacina do Curió começou na manhã desta terça-feira,12. Nessa fase, mais oito policiais acusados de participação serão julgados pelo caso que aconteceu em novembro de 2015, na Grande Messejana, em Fortaleza, e resultou na morte de 11 pessoas.
Diferentemente do primeiro julgamento, em que os acusados foram julgados por execução, e do segundo, em que os réus foram acusados por omissão do dever de agir, os oito policiais serão julgados pelo crime de tortura.
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No total, 33 policiais militares foram denunciados ao Ministério Público do Ceará (MPCE) em um processo que aponta a forma como os agentes atuaram durante cerca de três horas em bairros da Grande Messejana.
Compõem o banco dos réus: Antônio Carlos Matos Marçal, Antônio Flauber de Melo Brazil, Clênio Silva da Costa, Francisco Helder de Sousa Filho, Igor Bethoven Sousa de Oliveira, José Oliveira do Nascimento, José Wagner Silva de Souza e Maria Bárbara Moreira.
De acordo com Lia Felismino, assessora de Relacionamento Institucional da Defensoria Pública do Ceará (DPCE), a previsão é de que, devido à complexidade do caso, essa etapa do julgamento também se estenda pelos próximos dias.
“Os processos trazem, mais ou menos, os fatos que aconteceram naquele dia, mas cada processo tem as suas especificidade e os seus acusados. A gente inicia esse terceiro julgamento também com oito réus, também de forma complexa. A gente acredita que vai demorar, vai se estender, porque ele também é complexo, e a gente está aqui hoje iniciando o primeiro dia de talvez dez, 12 dias aí pela frente”, apontou.
Ainda segundo Lia, o processo é dividido em episódios, em que serão analisadas tanto situações de ação como acontecimentos relacionados à omissão.
Nessa etapa, deverão ser realizados 21 depoimentos, seis de vítimas sobreviventes, sete de testemunhas e oito interrogatórios de réus.
Na manhã desta terça, integrantes de movimentos que pedem por justiça pelos 11 assassinatos iniciaram a movimentação no Fórum Clóvis Beviláqua com atos em memória das vítimas.
O primeiro julgamento, que ocorreu em junho deste ano, terminou com a condenação dos quatro réus a 275 anos e 11 meses de prisão. O segundo, que se tornou o mais longo da história do Ceará, resultou na absolvição dos oito policiais militares.
Com informações da repórter Jéssika Sisnando