Chacina do Curió: réu diz que só tomou ciência do crime no dia seguinte
Oito policiais militares estão sendo julgados pela omissão do dever agir na Chacina do Curió, que vitimou 11 pessoas em novembro de 2015, na Grande Messejana, em FortalezaOs oito policiais militares que estão sendo julgados pela Chacina do Curió, começaram a ser ouvidos neste sábado, 2, no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza. Nesta segunda etapa do julgamento, os oito réus estão sendo julgados pela omissão do dever agir. Este sábado marca o quinto dia de julgamento do crime, onde também foram encerrados os depoimentos das testemunhas de defesa dos acusados.
O primeiro policial a ser interrogado foi Gerson Vitoriano Carvalho. Além dele, os policiais julgados nesta etapa são Francinildo José da Silva Nascimento, Gaudioso Menezes de Mattos Brito Goes, José Haroldo Uchoa Gomes, Josiel Silveira Gomes, Ronaldo da Silva Lima, Thiago Aurélio de Souza Augusto e Thiago Veríssimo Andrade Batista de Moraes.
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O interrogatório: primeiro réu a depor disse que só tomou ciência do crime no outro dia
O primeiro policial a ser interrogado nesta segunda etapa do julgamento disse que só ficou sabendo do crime no outro dia pela televisão. No dia do crime, Gerson estava na área da Paupina, onde estava sob comando da viatura, sendo operador de Terminais Móveis de Dados (TMD) e rádio. O policial tomou conhecimento da morte do agente militar Serpa pelo rádio.
O agente ainda informou que conhecia Serpa de vista, porque ele era armeiro do Batalhão, mas não tinha proximidade com o agente. Segundo ele, hoje, entende que foi uma noite atípica, mas na noite não se tocou que estava havendo um número muito alto de ocorrências.
No interrogatório, foi perguntado pelo juiz se houve uma comoção ou mobilização de várias viaturas depois da morte do policial Serpa. Gerson respondeu que é comum o deslocamento de viaturas quando solicitado o apoio.
O réu foi questionado se viu alguma pessoa encapuzada ou se o rádio da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) informou sobre a chacina. De acordo com Gerson, ninguém foi visto encapuzado e que não foi dito nada sobre chacina no rádio.
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A promotora lê trecho do processo em que diz que “vamos quebrar”, “vamos acochar” e “vamos dar uma resposta à altura”, logo após a morte do policial Serpa. As palavras foram ditas no rádio da polícia e indicavam que haveria reação e a movimentação seria principalmente em direção às regiões do Curió, Palmeirinha e Pôr do Sol. O intuito seria capturar traficantes que entregassem os matadores do policial.
A sessão foi suspensa para que o jantar dos jurados pudesse ser servido. (Colaborou: Flávia Oliveira)
Com informações de Márcia Feitosa
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