Chacina do Curió: movimento em defesa dos réus faz ato em frente ao fórum

No total, 33 policiais militares foram denunciados ao Ministério Público do Ceará. O primeiro julgamento ocorreu em junho deste ano

Com placas e faixas em apoio aos réus que estão sendo julgados por participação na Chacina do Curió, um movimento em defesa dos policiais militares se reúne, na manhã desta terça-feira, 29, em frente ao Fórum Clóvis Beviláqua, onde será realizado o segundo julgamento de oito réus.

Os representantes do movimento levaram faixas com frases como “Vidas policiais importam”, “Não condenem inocentes” e “Quem matou o Serpa”, em referência ao assassinato do policial militar Valtermberg Chaves Serpa, que aconteceu horas antes da chacina. O agente teria reagido a um roubo contra a esposa dele. 

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Segundo o MPCE, os crimes realizados na chacina teriam sido motivados por vingança pela morte de Serpa, em uma ação articulada por policiais militares em serviço e de folga. 

Nesta terça-feira, 29, os réus serão julgados por omissão do dever agir. Os oito policiais acusados são Thiago Aurélio de Souza Augusto, Thiago Veríssimo Andrade Batista Carvalho, Gerson Vitoriano Carvalho, Gaudioso Menezes de Matos Brito Goes, Josiel Silveira Gomes, José Haroldo Uchoa Gomes, Ronaldo da Silva Lima e Francinildo José da Silva Nascimento.

José Elery, integrante do movimento em defesa dos policiais e irmão de um dos réus, Gaudioso Goes, aponta que não é possível responsabilizar os agentes que estavam em serviço no dia e afirma que há supostos erros no processo. 

“A gente está aqui para tentar mostrar um pouco do outro lado. Foram mortes absurdas, mas a gente não pode condenar inocentes. Tão absurdo quanto essas mortes é querer responsabilizar policiais por estarem de serviço no dia [...] A viatura do meu irmão, por exemplo, atendeu duas ocorrências de disparos de arma. Qual é a responsabilidade dele em cima desses 11 homicídios, tendo em vista que ele atendeu duas ocorrências de disparos de arma na região do Curió?”, disse.

Apesar da presença de pessoas que apontam a inocência dos réus, representantes de outros movimentos em defesa das vítimas também estão no fórum, como integrantes do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), da Anistia Brasil e do Movimento Negro Unificado.

A organização Mães do Curió, composta por pessoas que lutam por justiça e pela memória dos filhos e familiares assassinados em 2015, reuniram-se em uma roda de oração antes do início do julgamento. 

A sessão começou às 9 horas e é possível acompanhar ao vivo pelo site do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). A previsão é de oito interrogatórios dos réus e 26 depoimentos (seis de vítimas sobreviventes e 12 de testemunhas de acusação e defesa).

Com informações de Kleber Carvalho/Especial para O POVO

 

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