Acusados de matar três PMs em Fortaleza em 2018 são ouvidos no 2º dia de julgamento

Seis homens são réus pelo triplo homicídio ocorrido na Vila Manoel Sátiro em agosto de 2018. Todos eles negam envolvimento

Nesta quinta-feira, 24, no segundo dia de julgamento dos acusados de matar três policiais militares em 2018, no bairro Vila Manoel Sátiro, foram concluídos os depoimentos de todos os seis réus no caso. Os acusados negam envolvimento no crime que vitimou o 2º tenente Antonio César de Oliveira Gomes, de 50 anos, o sargento João Augusto de Lima, de 58 anos, e o subtenente Sanderley Cavalcante Sampaio, de 46 anos.

São acusados pelo triplo homicídio: Fabiano Cavalcante da Silva, Raimundo Costa Silveira Neto, Waldiney de Melo Lima, Lucas Oliveira da Silva, Charlesson de Araújo Souza e Francisco Wellington Almeida da Silva. Fabiano, Raimundo e Waldiney são apontados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual (MPCE) como mandantes do crime.

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Lucas seria partícipe, enquanto Charlesson teria colaborado dando fuga a envolvidos e Francisco Wellington portaria armas e outros objetos usados na ação. Todos são acusados de integrar a facção criminosa Guardiões do Estado (GDE).

Em linhas gerais, as defesas dos réus concentram-se em atacar duas das provas principais da acusação. O depoimento de uma testemunha em fase de inquérito aponta que presenciou quando Fabiano ligou para Lucas dizendo que as vítimas estavam “de bobeira” em um bar e que mandaria "um veículo e alguns homens".

Em seu depoimento, na quarta-feira, 23, a testemunha negou ter prestado essas informações, o que já havia acontecido durante a fase de instrução. Ele, que tinha 13 anos à época do fato, disse ter sido agredido pelos policiais para dar esse testemunho.

Outra testemunha que mudou a sua versão em juízo foi um homem que teria testemunhado Fabiano, Raimundo e Waldiney ordenando, da cadeia, via telefone, o triplo homicídio. Ele, que estava preso com os acusados, disse só ter acusado o trio para poder mudar de presídio. Essa testemunha não foi ouvida durante o júri popular.

Para os advogados Igor Furtado e Jader Marques, que representam Lucas, a investigação foi feita de forma apressada, apenas para dar “uma resposta à sociedade”.

Nesta sexta-feira, 25, a partir das 9 horas, tem início os debates entre acusação e defesa. Existe a expectativa de que a sentença saia durante a noite ou madrugada do sábado, 26.

Relembre o caso

Antonio César, João Augusto e Sanderley foram mortos enquanto almoçavam em um bar. Eles foram executados, ao todo, com 17 tiros sem esboçar reação. Conforme o MPCE, as vítimas foram escolhidas de maneira aleatória, apenas por serem policiais, no que seria uma retaliação à morte de Thalys Constantino de Alencar, assassinado no dia anterior.

Os criminosos acreditavam que Thalys havia sido morto por policiais — a investigação desse caso não foi concluída até hoje e nenhum suspeito do crime foi identificado. Duas outras pessoas chegaram a ser denunciadas como partícipes do triplo assassinato, mas foram impronunciadas por falta de provas.

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