Julgamento dos seis acusados de participarem de triplo homicídio de PMs começa; delegado é ouvido

Os PMs teriam sido executados a mando de uma facção criminosa

19:31 | Ago. 23, 2023

Por: O Povo
Fórum Clóvis Beviláqua (foto: Alex Gomes em 04-11-2019)

Os seis suspeitos da morte de três policiais militares, ocorrida há cinco anos na Vila Manoel Sátiro, começaram a ser julgados, na tarde desta quarta-feira, 23, no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza. A expectativa é que o júri se estenda pelos próximos dias, em razão da quantidade de partes a serem ouvidas.

O delegado Carlos Eduardo Silva de Assis, da 11ª delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), presidiu a investigação do triplo homicídio e foi ouvido na condição de testemunha de acusação. Ele contou detalhes de uma testemunha, de identidade preservada, que teria presenciado o momento em que Fabiano Cavalcante da Silva, mandante do crime, ligou para um dos acusados dizendo que estava enviando armas e homens para o atentado.

Conforme Assis, a testemunha sabia detalhes que só se podia saber estando no local, como o veículo usado no crime. O delegado foi questionado pelos advogados sobre ferimentos que um dos acusados, identificado como Lucas Oliveira da Silva, apresentava no momento da prisão. Ele teria apresentado a testa cortada e um olho roxo.

O delegado disse que Lucas havia sofrido um acidente de carro dias antes do crime e no momento da prisão tentou fugir e caiu de altura de cerca de três metros. Lucas conseguiu tirar uma foto de seus ferimentos dentro do carro descaracterizado no qual foi apreendido. O delegado confirmou que não conseguiu provas que apontassem quem foi o autor dos disparos.

O atentado contra o 2º tenente Antônio César de Oliveira Gomes, de 50 anos; o sargento João Augusto de Lima, de 58 anos; e o subtenente Sanderley Cavalcante Sampaio, de 46 anos, aconteceu no dia 23 de agosto de 2018, enquanto eles almoçavam em uma lanchonete. A acusação afirma que o crime aconteceu em retaliação à morte de Thalys Constantino de Alencar, morto no dia anterior. A facção Guardiões do Estado (GDE) teria ordenado as execuções dos PMs.

Fabiano Cavalcante da Silva, Waldiney de Melo Lima e Raimundo Costa Silveira Neto estão sendo julgados como mandantes do crime. Lucas Oliveira da Silva, Charlesson de Araújo Souza e Francisco Wellington Almeida da Silva teriam participado do caso.

Com informações do repórter Lucas Barbosa