‘Só sei dizer que amo a Barra’: movimento no Beira-Rio se restabelece

A orla da Barra do Ceará, requalificada desde dezembro, apresentou movimentação moderada nos quiosques ao fim da tarde do sábado, 19

“Só sei dizer que amo a Barra”, diz a comerciante Maria Silvane de Sousa, 57, ao fim da entrevista. Dona de quiosques na orla renovada do Beira-Rio, na Barra do Ceará, a moradora reflete sobre a movimentação controlada no espaço durante o fim da tarde do sábado, 19.

O projeto de requalificação no bairro fortalezense, conhecido pelo seu pôr do sol, foi entregue durante o mês de dezembro. “A questão da movimentação melhorou bastante devido à obra que teve, o calçadão, as quadras”, revela Luana Quinto, 39, funcionária de Maria Silvane.

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Em agosto deste ano, meses após a revitalização, os confrontos entre facções criminosas no Grande Pirambu podem ter diminuído a atividade no espaço, mas Silvane garante que as pessoas logo retomaram o seu lugar na orla novamente.

“(A movimentação) cai uns dois dias. Quando é depois de dois dias, continua o movimento”, destacou. “Eu fiquei parada, assim, uns três dias. Quando foi no feriado (da padroeira de Fortaleza), bombou”, completa.

Os animais de rua, em sua maioria cachorros, também marcam presença no espaço. Entre os quiosques, são eles que passeiam no meio dos transeuntes e um se aproxima da mesa da comerciante. “Sai daí, Max! É meu segurança”, brinca.

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Movimentação no Beira-Rio: acessibilidade e cultura na Barra do Ceará

É Silvane que indica uma questão importante sobre o Beira-Rio. “Tem muito cadeirante, (mas) não tem banheiro (adaptado)”, explica. A profissional afirma que alguns clientes solicitam aos donos de quiosques essa adição ao espaço.

O atleta e estudante de Educação Física, Sílvio Neves, 50, confirma os comentários ao ser questionado sobre a falta de acessibilidade. “A maior dificuldade mesmo é essa questão do banheiro”, diz.

Ao lado da companheira, a comerciante Darilene Neves, 49, ele visita o Beira-Rio toda semana. “A Beira-Mar tá esquecida pra nós”, sorri Darilene.

Outro frequentador do espaço, o músico Miguel Nascimento, 52, ao ser questionado sobre os conflitos envolvendo facções, apontou uma relação entre a cultura e a segurança na cidade. “Não se melhora segurança pública se não for com cultura”, ressalta.

“Não é polícia entrando de viatura nova, fardamento novo, fuzil na mão, que vai acabar com facção: é cultura. Uma bailarina, um violinista, um artista plástico, (não) vai tomar celular”, completa.

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