Navio Cisne Branco: público lota Porto do Mucuripe em visita à embarcação

A visitação pública e gratuita ao navio veleiro Cisne Branco aconteceu neste domingo, 20, atraindo uma fila de visitantes e curiosos no Porto de Fortaleza

17:14 | Ago. 20, 2023

Por: Penélope Menezes
O Navio Veleiro Cisne Branco da Marinha foi aberto para visitação pública no Porto de Fortaleza. (foto: Samuel Setubal/ O POVO)

A canção oficial da Marinha Brasileira já anuncia — “Qual cisne branco, (...) o meu navio também flutua”. E foi justamente a embarcação Cisne Branco, um navio veleiro, que atraiu a atenção do público neste domingo, 20, em visita gratuita à estrutura no Porto de Fortaleza.

O que primeiro chama atenção ao entrar na fila, iniciada na Praça Amigos da Marinha, é o seu tamanho. Famílias, casais e curiosos esperaram por horas, em pé, pela chance de entrar e conhecer o navio. Uma vez na embarcação, por outro lado, a administradora Fernanda Pinheiro, 20, é só elogios.

“Eu faço um estágio aqui no Porto do Mucuripe e sempre tive vontade de conhecer um navio da Marinha. E hoje, pela oportunidade, aproveitei e vim. Achei o navio moderno, uma experiência incrível. Conversei com vários marinheiros sobre as experiências deles”, completa.

O navio veleiro Cisne Branco, o terceiro a ostentar esse nome, foi construído pelo estaleiro Damen Oranjewerf, em Amsterdã, Holanda. Lançada ao mar em agosto de 1999, a embarcação foi entregue em fevereiro de 2000 e incorporada em março do mesmo ano.

O capitão-tenente João Luiz Teixeira, 31, relata que a origem do nome foi influenciada pelos comentários do público em relação a um antigo navio veleiro, batizado de Benjamin Constant: “As pessoas olhavam pra ele e falavam: ‘ah, olha o cisne branco navegando’”.

“Parecia de fato um cisne visto de longe. Aí o navio ficou popularmente conhecido como Cisne Branco. E quando a Marinha comprou outro navio veleiro, decidiu adotar logo o nome que a população estava chamando”, explica.

O hino da instituição, com sua melodia original do final do século XIX por Antônio Manoel do Espírito Santo, recebeu uma letra inspirada pelo navio veleiro Benjamin Constant, o “Cisne Branco”, no início do século XX. O responsável pela homenagem foi o sargento cearense Benedito Xavier de Macedo.

Navio Cisne Branco: visitantes embarcam na estrutura

No meio da entrevista, o capitão-tenente Teixeira é puxado por um garoto. A criança, até então desconhecida, segura a sua mão com firmeza e faz perguntas sobre um espaço reservado do navio — “Por que não pode entrar ali?”.

Com um sorriso no rosto, ele até tenta continuar a responder às perguntas para O POVO, mas cede e começa a explicar ao menino — “Aqui é perigoso. Ali dentro tem muita coisa”. Antes de questionar mais uma vez, os pais da criança a chamam e ela sai; a entrevista é retomada.

“Em situações como essa (de visitação pública), a gente consegue mostrar o cuidado que tem com o bem público. A gente costuma dizer pro pessoal: ‘a gente só cuida do navio, que é da população brasileira, de todo mundo que tá aqui’”, explica.

Os visitantes, que são transportados de ônibus até o local da embarcação, parecem partilhar do mesmo sentimento da Marinha. “É muito bom (o passeio). Pena que (são) poucas horas. Deveriam ser uns três dias para que mais visitantes pudessem vir”, confessa a aposentada Maria Margarida Vasconcelos, 65.

O navio veleiro é motivo de reviver o passado. A assistente social Cristina Lima, 55, relata que é viúva há 11 anos e escolheu a visita pensando em seu marido, que era da Marinha. “Eu vim relembrar ele”, diz.

Navio Cisne Branco: história do navio veleiro

O navio veleiro Cisne Branco possui funções diplomáticas e associadas à divulgação de relações públicas. “A missão do navio é representar o País em eventos náuticos nacionais e internacionais, além de fomentar a mentalidade marítima brasileira”, reflete o capitão-tenente Teixeira.

Como parte de sua história, o Cisne Branco percorreu a “Rota do Descobrimento”, de Portugal ao Brasil, durante a largada da Regata Internacional Comemorativa aos 500 Anos do Descobrimento do Brasil.

O navio, inspirado na estrutura de veleiros do século XIX ("Clippers"), é referido como U20 - "Cisne Branco" no meio naval e possui um “irmão”, batizado de "Stad Amsterdam".

Quem foram os seis cearenses que morreram na Segunda Guerra Mundial; CONHEÇA