Preso homem que seria um dos pivôs de conflito entre facções no Grande Pirambu

Um dos pivôs do conflito entre facções criminosas registrado no Grande Pirambu na última semana foi preso nesta sexta-feira, 18, pela Polícia Civil. Lucas Araújo dos Santos, conhecido como Coruja, de 25 anos, foi preso no bairro Messejana. Com ele, foi apreendido uma pistola 9mm e 84 munições.

Lucas foi localizado em um imóvel no conjunto São Bernardo por equipes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas (Draco) e da Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

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Conforme a SSPDS, ele ainda tentou fugir ao avistar os policiais, mas foi detido. No mesmo local, foi encontrada uma mulher de 19 anos, que seria namorada de Lucas. Contra ela havia mandado de busca e apreensão em aberto por ato infracional praticado quando ela tinha menos de 18 anos.

A SSPDS divulgou que Lucas é um dos mandantes das últimas “ações criminosas” registradas nos bairros Carlito Pamplona e Pirambu, sem especificar, porém, quais teriam sido esses crimes.

Conforme investigação da Draco, Lucas era uma liderança da facção criminosa Comando Vermelho (CV) no bairro Carlito Pamplona, mas decidiu deixar a facção e passar a ser ser “neutro” ou “Massa Carcerária”. Ao lado dele, também teria deixado o grupo outro chefe do CV da região, Josué Ferreira Batista Filho, conhecido como Bê. Este foi morto a tiros na noite do dia 8 de agosto no Carlito Pamplona.

“Diante do homicídio de ‘BÊ/B’, surgiram informações de que seu comparsa LUCAS ARAUJO DOS SANTOS, ‘CORUJA’, teria determinado a ‘tomada’ do Pirambu, como resposta ao assassinato e forma de disputa de território”, aponta o relatório técnico nº 108/2023/Draco/DPE/PCCE, de 10 de agosto de 2023.

Outro chefe envolvido em ataques no Grande Pirambu também foi preso

Outro homem apontado como chefe de facção na região a ser preso foi Francisco Barbosa de Souza, “o Turinga”, capturado pela Draco em 10 de agosto em uma pousada na Praia de Iracema. Ele foi identificado pela SSPDS como principal “articulador” dos ataques ocorridos no Grande Pirambu.

Em entrevista coletiva na última sexta-feira, 11, o secretário Samuel Elânio afirmou que os atos criminosos foram praticados como forma de deslocar efetivo policial e permitir que ataques criminosos fossem feitos em determinadas comunidades.

Francisco Barbosa ainda foi descrito pela Draco como “principal porta-voz” do chefe-mor do CV na região, Carlos Mateus da Silva Alencar, conhecido como Skidum ou Fiel, que está refugiado no Rio de Janeiro. Como O POVO mostrou em maio, mesmo no Rio, Skidum já foi denunciado por, pelo menos, 10 homicídios ocorridos nos dois últimos anos no Grande Pirambu.

Relembre ataques no Grande Pirambu

Ao todo, três carros de pessoas que passavam pela região foram incendiados e um outro, atingido a tiros. As ações criminosas geraram pânico nos moradores do bairro. Estabelecimentos comerciais fecharam as portas, assim como serviços públicos, como escolas e unidades de saúde. Linhas de ônibus também foram desviadas e motoristas por aplicativo evitaram a região. Até mesmo missas foram suspensas por igrejas da região.

Diante desse cenário, a operação deflagrada pelas forças de segurança na região capturou 16 pessoas. Entre eles estava Lindeson Nunes da Silva, de 33 anos, suspeito de expulsar moradores de uma casa no bairro Barra do Ceará — ele nega o crime.

Antes dos ataques, outras ações criminosas haviam sido registradas na região, sobretudo, na comunidade Santa Rosa e no residencial Dom Hélder Câmara, localizados no bairro Carlito Pamplona. Em cinco dias, foram três homicídios no bairro. Além disso, diversas ocorrências de tiroteio foram registradas.

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