Recifense engenheira da Nasa dá palestra sobre rede de espaço profundo na UFC

Girly Lucena é formada em ciência da computação e trabalha há oito anos na Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos

A recifense Girly Lucena, ou Gigi como é conhecida, é engenheira de sistemas de dados e programas no Deep Space Network na Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço estadunidense (Nasa). Ela é uma das palestrantes do Space Week Nordeste 2023, que acontece em Fortaleza, entre os dias 14 e 20 de agosto.

Em seu trabalho, Girly se dedica à telecomunicação das missões espaciais, por meio da chamada rede de espaço profundo, que permite que equipamentos enviados ao espaço pela Nasa possam se comunicar com a Terra. Esse é o tema da palestra que vai realizar na tarde da próxima quinta-feira, 17, na Universidade Federal do Ceará (UFC).

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“Quando uma missão sai da Terra, ela vai coletar algum tipo de informação, alguns dados para a ciência. Existe uma rede que permite que essas missões enviem os dados para o planeta da gente,” explica.

Há 22 anos, ela mudou-se com o marido para os Estados Unidos, onde hoje reside, trabalha e estuda. Foi no país norte americano que ela fez a sua graduação em ciência da computação e onde atualmente cursa o mestrado na área na Universidade Georgia Tech.

Para definir como é ser imigrante nos Estados Unidos ela usa a expressão “bitter sweet”, traduzida como doce e amargo. “Tem a parte doce e a parte amarga, a parte amarga é estar longe da minha cultura e da minha família, a parte doce é que realmente é uma terra de muita oportunidade”, diz.

Girly diz que se sente "primeiramente nordestina e segundamente, brasileira“. Ela afirma que tenta fazer o seu trabalho da melhor forma possível porque sabe que isso pode proporcionar oportunidades para outras pessoas da região, como é o caso de uma colega recifense com a qual trabalha.

Trabalhar na Nasa nunca foi algo que a recifense pensou que aconteceria. “Eu gosto do espaço, sempre fui curiosa, mas eu nunca pensei que eu ia trabalhar na Nasa. Era mais um sonho”, conta.

Apaixonada por programação, Girly sempre gostou de explorar novas àreas dentro da computação. Durante a faculdade, ela fez aulas de astronomia e passou a amar aprender sobre o cosmos, o que instigou a curiosidade por aplicar seus conhecimentos à área.

Quando iniciou como estagiária na Nasa, há cerca de oito anos, ela lembra de se sentir eufórica e compara: “Trabalhar onde eu trabalho é a Disneylândia para um cientista. Você vê coisas que, em nenhuma empresa no mundo você vai fazer aquele tipo de programa.”

Entretanto, para ela o Brasil tem os recursos e os cérebros necessários para se equiparar à tecnologia estadunidense, mesmo que ainda seja necessário o investimento na área para que isso se torne realidade.

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