Estudantes pedem fim do Novo Ensino Médio e comemoram passagens de ônibus gratuitas
Alunos e professores se reuniram na praça da Gentiândia para reforçar pedidos que perduram por décadas no BrasilA revogação da reforma do Novo Ensino Médio e o anúncio de passagens gratuitas nos ônibus de Fortaleza foram os temas mais citados por estudantes durante manifestação nesta sexta-feira, 11, Dia do Estudante, realizada na Praça do Gentilândia.
Por meio de cânticos e gritos, os discentes — em suma, da educação pública — pediam pela revogação do novo modelo adotado pelo Governo Federal, que busca flexibilizar os currículos, introduzir itinerários formativos, inserir o ensino técnico e profissionalizante e dar ênfase no desenvolvimento de habilidades socioemocionais no cotidiano dos alunos de escolas públicas.
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Para Iael de Souza, 49, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), as mudanças norteiam o âmbito educacional para o caminho do empreendedorismo, o que, segunda ela, estorve o ensino acessível — principalmente às camadas populares da sociedade. "É uma luta que se alonga por décadas", afirma.
"A reforma do Novo Ensino Médio, por mais que se mexa nela, estreita, esvazia e empobrece os filhos e filhas das camadas populares das classes trabalhadoras de onde nós viemos, de onde eu vim, eu sempre fui uma trabalhadora que sempre trabalhou e estudou. Querem que o ensino médio seja o ponto final da escolarização", pondera a professora Iael.
A docente também ressalta a importância do retorno dos estudantes a andar pelas ruas em prol de apoio às causas educacionais depois de quase três anos paralisados por conta da pandemia da Covid-19.
Segundo Iael, a luta direta havia sido deixada para trás durante este período. Para ela, a ida nas ruas é o fator que “realmente pressiona, que realmente tem força e poder para fazer as mudanças”.
"A gente tem que lutar para que não haja este corte, e comece a se mobilizar para ocupar as escolas, só assim o Governo Federal irá escutar a gente. Estudante é exonerado? Não, mas professor é. Se os estudantes não iniciarem os movimentos, eles [estudante], por serem maioria, são os maiores prejudicados", encerra.
Sobre o passe-livre, os manifestantes estavam em festa pela conquista, mesmo boa parte avaliando a ação como tardia. Esta é uma luta desde a década de 1980.
Alison Wesley, 18, que faz parte do Projeto Novo Vestibular (PNV), da Universidade Federal do Ceará (UFC) e membro ativo da União Estudantil de Fortaleza (Uniforte), “A Uniforte vem lutando desde sua fundação pelo passe-livre".
Nesta quinta-feira, 10, Sarto afirmou que, até o fim do ano, iria implementar a nova medida. “Ainda vai para discussão na Câmara, por isso, continuaremos na pressão pública”, completa Alison.
Alison conclui dizendo que, além de chegar à escola, o passe-livre permite que o estudante também tenha acesso grautito as salas de cinema, ao museu, teatro e à cultura.
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