Briga de facções em Fortaleza: "Estou há dois dias sem trabalhar, não posso passar pelo caminho da guerra"
Moradores relatam clima de tensão na região. Criminosos estariam impedindo a circulação de pessoas na áreaMoradores dos bairros Carlito Pamplona e Pirambu, em Fortaleza, sofrem, nos últimos dias, com a disputa das facções criminosas. Nesta quinta-feira, 10, há relatos de, pelo menos, três veículos incendiados na região.
A descrição de uma moradora, de nome preservado, aponta a dificuldade de se locomover por medo de passar pela área dos conflitos. "Estou há dois dias sem trabalhar, pois não posso passar pelo caminho da guerra."
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O clima é de tensão e nervosismo. "Tenho dois netos em creche e não sei se liberaram, mas mandei buscar, pois a gente não sabe como vai ficar daqui para mais tarde. As minhas filhas estudam pela manhã e não foram para a aula, pois é o caminho que tá acontecendo a guerra. [Tem] gente passando mal", diz a moradora.
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As pessoas que possuem familiares fora da área dos conflitos também ficam receosas, pois não conseguem visitar os parentes. É impossível passar pela área, segundo os relatos, porque os criminosos impedem a circulação das pessoas.
Alguns comércios fecharam as portas devido à disputa das facções. Pais, também sob o temor dos tiroteios, evitaram levar as crianças para as escolas.
Briga de facções em Fortaleza: carros são incendiados por criminosos
Outro morador, também de nome preservado, relata a presença de grupos que estão "rodando" pela área procurando incendiar veículos. Além disso, aeronaves da Coordenadoria Integrada de Segurança (Ciopaer) sobrevoam o local. "Eles dão rasante nos telhados", ressalta.
Conforme a fonte, desde quarta-feira, 9, o barulho dos tiros é constante.
Um motorista de aplicativo, também de nome preservado, contou que fazia corrida na área, quando criminosos o levaram para dentro de uma comunidade. Lá, o rapaz foi ameaçado, espancado e salvo por policiais militares, conforme ele.
"Me levou para o 'gueto', na hora que entrei, os caras começaram a dizer: 'É pilantra'. Nem perguntaram se eu era pilantra ou cidadão. Começaram a me bater. Levaram minha carteira, meu celular (...) No meio da rua, muitas pessoas vendo, me levaram para um matagal e começaram a me bater. Chegou um cara com uma arma e colocou na minha cabeça", relata a vítima.
Conforme o motorista, os familiares dele verificaram que o GPS apontava que o automóvel estava rodando dentro de uma comunidade e acionaram a Polícia. Agentes de segurança invadiram a área e resgataram a vítima no Conjunto Jaciara, conforme O POVO apurou.
Briga de facções em Fortaleza: Polícia realiza operações na área
Dois adolescentes foram apreendidos pela Polícia suspeitos de participação nos incêndios a veículos na área do Carlito Pamplona. Há uma operação das forças da segurança que teve início na quarta-feira, 9. Aeronave da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciopaer) também atua na região.
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