Ação na Praça do Ferreira oferece testagem e vacinação contra hepatites virais

Testagem é fundamental para o combate à doença, que pode ser silenciosa ou apresentar sintomas comuns de outras enfermidades

Em alusão ao Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, comemorado no dia 28 de julho, as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde realizaram, na manhã desta sexta-feira, 28, uma ação de combate à doença na Praça do Ferreira, localizada no Centro de Fortaleza.

O evento, que integra o calendário do Julho Amarelo, ofereceu testagem rápida para as hepatites B e C e vacinação contra o tipo B. Os profissionais também realizaram a distribuição de preservativos e ações educativas, orientando a população sobre as formas de transmissão e o tratamento da doença.

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Telma Martins, assessora do Grupo de Trabalho de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), Aids e Hepatites Virais da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), explica que a ação buscou divulgar mais informações sobre a doença e analisa que a procura pela imunização deve ser maior.

“A gente quer que a população se esclareça, porque, na realidade, eu acho que a população sabe muito pouco sobre essa doença, e, por isso, não há uma procura como deveria pela vacina e pela testagem”, considerou.

Há cinco tipos identificados da doença, que causa uma inflamação no fígado. Porém, os principais são as hepatites A, B e C. No tipo A, a transmissão é fecal-oral, a partir do contato entre indivíduos ou por água e alimentos contaminados. A dose única contra a doença faz parte do calendário infantil dos 15 meses aos 4 anos de idade.

A hepatite B e a hepatite C são transmitidas sexualmente ou por objetos perfurocortantes contaminados. A hepatite B conta com o imunizante, que é aplicado na criança ao nascer e depois complementado em outras doses com dois meses, quatro meses e seis meses de vida. Caso o indivíduo não tenha sido vacinado, a imunização também pode ser feita em qualquer idade.

Esse tipo da doença não tem cura, mas conta com tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) que é capaz de controlá-la. Já a hepatite C não tem uma vacina, mas tem cura e também pode ser tratada pelo SUS.

Telma Martins aponta que a doença pode ser assintomática ou com sintomas que também são comuns em outras doenças, como icterícia, pele amarelada, dores no corpo e problemas gastrointestinais. Por isso, a especialista destaca a importância da testagem, principalmente pelo fato de a doença ser silenciosa em alguns casos.

“O importante é que as pessoas façam o teste e descubram a sorologia antes de qualquer coisa. A gente ainda precisa avançar muito para descobrir quem são as pessoas que têm o vírus, porque são doenças silenciosas. As pessoas têm que procurar saber se elas são portadoras do vírus antes de apresentar sintomas. Todo mundo tem que fazer o teste da hepatite B e C pelo menos uma vez na vida”, afirma.

De acordo com o boletim epidemiológico da Sesa, publicado neste mês de julho, foram notificados 3.958 casos de hepatites virais no Ceará no período de janeiro de 2014 a maio de 2023, sendo 255 (6,5%) de hepatite A, 1.621 (41,0%) de hepatite B, 2.068 (52,3%) de hepatite C, 11 (0,2%) de hepatite D e três casos de hepatite E. Em todos os anos observados, o tipo C apresentou o maior percentual.

De 2020 a 2022, a taxa de incidência da hepatite A apresentou queda. Os tipos B e C apresentaram declínio em 2020 e 2021 — parte disso pode ser explicado, segundo a Secretaria, pela subnotificação causada pela mobilização local dos profissionais de saúde ocasionada pela Covid-19 — e tendência de aumento em 2022.

A gestora cultural Selma Santiago estava na fila para receber o imunizante contra a doença e considerou a importância da ação, principalmente em um local com grande fluxo de pessoas.

“Essa ação é super importante porque a pessoa que nunca fez o teste pode se vacinar. Eu acho de extrema importância porque a gente tem que ter ações públicas que vão até as pessoas, porque, no dia a dia, o trabalhador não tem esse tempo todo. Então, estar no lugar onde ele transita, onde ele vai todo dia, é super importante”, pontuou.

Além da vacinação, a Sesa aponta que, para se prevenir da doença, é importante lavar as mãos, consumir água tratada, evitar contato com esgoto aberto, cozinhar devidamente os alimentos, usar preservativo nas relações sexuais, não compartilhar objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear, alicates de unha e escovas de dente e não compartilhar objetos que possam ter tido contato com sangue, como seringas e agulhas.

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