Restaurante vegano de Fortaleza começa vaquinha para evitar fechar as portas
O restaurante Mandir, no Benfica, teria levado um golpe de uma empresa de engenharia que faria uma reforma no localO restaurante vegano Mandir, localizado no bairro Benfica, em Fortaleza, começou uma campanha de financiamento coletivo nessa sexta-feira, 14, para evitar que o estabelecimento feche as portas. O restaurante teria levado um golpe de uma empresa de engenharia que faria uma reforma no local.
Em dezembro de 2019, o tradicional estabelecimento fechou as portas para passar por uma reforma. “Metade do restaurante era telhado e a gente [queria] tirar esse telhado e puxar uma laje”, explica Maha Sati, proprietária do restaurante.
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Logo no início, a empresa responsável disse que a laje não era segura e seria necessário arrancar tudo para fazer uma nova estrutura. “Eu falei: ‘Bom, se é o que vocês indicam, então vamos fazer.’”
“Aí virou uma obra mais complicada.”
O planejado era que a obra não durasse mais do que dois meses, já que o restaurante não poderia ficar fechado por muito tempo. Maha, no entanto, começou a notar que o serviço avançava de forma muito lenta.
“Algumas vezes não era nem 16 horas e a obra já estava fechada. Faziam quase 3 horas de almoço. Fui questionar isso e falaram que iriam agilizar”, diz a proprietária. “A obra se entendeu horrores (muito), uma lentidão. As pessoas que ficavam fazendo supervisão nunca estavam (no local). Os engenheiros raramente passavam (pela obra)”.
Com os imprevistos, o empréstimo inicial não foi suficiente. “Eu tive que fazer mais três empréstimos, dentro do que a gente tinha se organizado”, explica a proprietária. “A obra se entendeu tanto que a gente teve que gastar três vezes mais”.
“Quando a pandemia acabou, eles não apareceram”.
Com a pandemia, a obra teve de ser interrompida e, quando as medidas de isolamento terminaram, a empresa, segundo Maha, desapareceu. “Eles não atendiam, não retornavam. Nunca mais voltaram. As coisas da obra ficaram tudo aí. Deixaram andaime, carrinho de mão, absolutamente tudo”.
Como se não fosse o bastante, muita coisa da obra teve de ser refeita. “Eu comecei a observar coisas absurdas. A gente refez toda a parte elétrica e toda a parte hidráulica, porque a casa é antiga. Então, a gente fez tudo novo para não ter problema”.
Maha explica que o faturamento do restaurante diminuiu, ficado abaixo do valor de antes da pandemia e, agora, a casa corre risco de ir a leilão. “Se eles (engenheiros) tivessem sido honestos e feito dentro do prazo, o restaurante já estaria inteiro na volta da pandemia. Ele estaria reformado e a gente conseguiria ter retomado a situação. Mas, não. Fiquei com um restaurante com cara de obra, sem ter como continuar a obra”.
“A gente sabe que um lugar agradável e bonito atrai. Nosso movimento não voltou por conta disso. A gente tá aqui: resistindo, resistindo e resistindo”, adiciona.
Financiamento coletivo
Para tentar contornar a situação, Maha começou uma campanha de financiamento coletivo no site Vakinha.com. Além disso, eles também começaram a vender vale-presentes que podem ser resgatados em produtos e refeições no restaurante.
Serviço
Endereço: Rua Padre Francisco Pinto, 257 - Benfica
Horário de funcionamento: das 11h as 14:30 de segunda à domingo (exceto último domingo do mês)