Parque do Cocó recebe "Festa da Colheita", evento com foco na sustentabilidade
Evento reuniu produtores de agricultura familiar e artesãos; Festa da Colheita foi edição especial de feira agroecológica que ocorre no parque aos sábadosA área Adahil Barreto do Parque do Cocó recebeu neste sábado, 15, a segunda edição da Festa da Colheita da Agroecologia do Ceará. O POVO acompanhou, ao longo da manhã o evento com temática de sustentabilidade.
A Festa da Colheita foi uma edição especial da feira agroecológica que acontece no mesmo local todos os sábados. No evento, diversos produtores da agricultura familiar ofereciam itens como frutas, verduras e legumes cultivados sem o uso de agrotóxicos e seguindo práticas de preservação do meio ambiente.
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Um dos motes da Festa da Colheita é auxiliar pequenos produtores rurais de todo o Ceará na venda direta aos consumidores. Além de agricultores da Região Metropolitana de Fortaleza, havia no evento também vendedores das cidades de Aracoiaba, Aratuba e Capistrano, no Maciço de Baturité; Ibiapina e Ubajara, na Serra da Ibiapaba; e Irauçuba, no Vale do Curu.
Apesar do nome, não apenas de vegetais se faz a feira. Também era possível adquirir ovos de galinhas com criação sustentável, diversas variedades de mel, cosméticos naturais e artesanato, produtos feitos na Capital, em Guaiuba e em Maracanaú.
A feira de artesãos, inclusive, ocorre semanalmente de forma simultânea à venda de produtos agrícolas. Edmary Cunha, vice-presidente da Associação de Artesãos de Maracanaú (ProArt), destaca que ambas as categorias lidam com a saúde. Para ela, enquanto os produtores rurais vendem alimentos que promovem o bem-estar físico, o artesanato tem um elemento terapêutico para quem cria, e isto é repassado a quem compra. "A pessoa leva para casa um produto cheio de vida, que vai decorar, abrilhantar seu espaço", explica.
Veja fotos da Festa da Colheita da Agroecologia
Joana Peixoto, agricultora da cidade de Capistrano, reforça o foco dos produtos agroecológicos na saúde: "orgânicos, com todos os cuidados, sem agrotóxicos". Ela pontua também importância do evento tanto para quem planta quanto para quem compra: "dos próprios agricultores direto para a mesa do consumidor".
Silvanar Soares, agricultor e produtor de cajuína artesanal, concorda. Ele diz que, ao usar atravessadores para distribuir o produto, recebe R$ 5,50 por garrada de um litro, que é repassada a R$ 13 para o consumidor final. "Fazendo venda a domicílio, cobro R$ 7,50. Eu ganho mais e o cliente paga menos", pontua. Silvanar recebe os pedidos pelas redes sociais, realizando as entregas em Fortaleza uma vez por mês.
Rafael Tomyama, articulador da Rede EcoCeará de Agroecologia, destaca a importância das feiras agroecológicas para a promoção de práticas sustentáveis. "A gente diferencia o agroecológico do apenas orgânico, que é produzido hoje até por multinacionais, porque há o fator da preservação", diz. "As feiras agroecológicas vão além do discurso: não precisa fazer palestra, você tem a prática", completa.
Tomyama comenta também que o evento é uma "rede de colaboração" entre diversos órgãos: a Festa da Colheita é organizada, além da EcoCeará, pela Fundação Cultural, Educacional, Popular, em Defesa do Meio Ambiente (Cepema). No entanto, uma série de entidades participa do evento:
- Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema): fornece a estrutura do Parque para o evento e promove ações de conscientização
- Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP): leva ao evento a produção de hortas orgânicas e oficinas de artesanato realizadas em unidades prisionais
- Serviço Social do Comércio (Sesc): venda de artesanato e realização de ações educativas
- Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará (Cagece): faz atividades de conscientização ambiental sobre o uso de água