Prefeitura e profissionais de enfermagem farão nova reunião para discutir piso
Reunião dessa quinta-feira, 13, não teve avanços, o que gerou insatisfação entre representantes de sindicatos da categoria. Sepog ressalta que reunião era para alinhamento de pautas e que o assunto ainda depende de definições do Governo Federal. Novo encontro será no dia 17Sindicatos de trabalhadores da saúde realizaram uma reunião com a Secretaria Municipal do Planejamento, Orçamento e Gestão (Sepog) para debater a proposta do piso da enfermagem na manhã desta quinta-feira, 13. A pasta, contudo, não havia analisado o documento até a ocasião. Por esse motivo, a reunião teve de ser adiada para a próxima segunda-feira, 17, o que gerou insatisfação por parte dos membros de entidades representativas da categoria.
A presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Sindsaúde), Marta Brandão, esclarece o que foi estabelecido na reunião desta quinta-feira, 13.
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“Infelizmente, a Prefeitura veio e não avaliou [o documento], não considerou o esforço das entidades para apresentar essa proposta. Então, acabou que, na prática, não teve reunião. Houve mais alinhamentos, tendo como objetivo organizar os próximos passos desse grupo de trabalho e a gente está aqui na pressão para realizar uma reunião extraordinária na segunda-feira, dia 17”, afirma.
Ela destaca ainda que o prazo estabelecido na primeira reunião era de que até o dia 27 deste mês, os sindicatos já tivessem finalizado uma minuta, em conjunto com a Gestão Municipal, para que fosse enviada à Câmara.
“O prazo estabelecido na primeira reunião era que até o dia 27 de junho a gente tivesse finalizado uma minuta para que o prefeito pudesse enviar à Câmara, tão logo os trabalhos do legislativo retornassem. Infelizmente, a Prefeitura trata com desdém a enfermagem em Fortaleza, nós estamos em estado de greve. A categoria não aceita mais enrolação e nós vamos levar para a Assembleia esse fato inaceitável que aconteceu aqui”, elucida a titular.
Para a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Fortaleza (Sindifort), Ana Miranda, o momento foi de frustração, pois a categoria está “extremamente revoltada” com a falta de resolução sobre a concessão do piso salarial dos profissionais da saúde no Município.
“Foi frustrante, porque nós apresentamos uma proposta sólida na reunião passada, [realizada no dia 10]. Já esperávamos receber uma contraproposta, uma crítica ou avaliação do que foi entregue. E o que recebemos foi uma proposta de leitura do documento que tinha sido entregue. Consideramos uma perda, razão pela qual reivindicamos uma reunião extra, porque precisamos definir tudo isso até o dia 27, quando esse assunto já precisa estar resolvido”, conta Ana.
Durante a reunião, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço de Saúde de Fortaleza (Sintsaf), Plácido Filho, reforçou a importância do debate entre a categoria e o Poder Público Municipal para que a questão seja resolvida de forma eficiente.
“Esperamos que, na segunda-feira, na reunião, o debate realmente seja iniciado, porque sem ele não haverá a preparação necessária para que, quando o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, repassar a verba para a Prefeitura de Fortaleza, já estejamos com tudo pronto”, diz.
O que diz a Sepog sobre o atraso na avaliação do ofício
Ao O POVO, o secretário municipal da Sepog, João Marcos, destaca que a reunião não tinha como objetivo a tomada de decisões, mas, sim, de oportunizar o debate sobre questões técnicas relacionadas ao piso.
Segundo ele, como “não havia uma convergência de entendimento desses três times do governo municipal e a compreensão do sindicato”, foi proposto que houvesse uma nova discussão técnica para aprofundar questões como a carga horária de trabalho e uma série de outros elementos. “Essa coisa não é tão simples”, afirma o secretário.
O secretário ainda ressalta que o documento apresentado pela entidades — o calculo da folha de pagamentos — é apenas uma estimativa. Não é possível definir os valores finais sem a definição do Governo Federal sobre o repasse de recursos.
Sobre a insatisfação da categoria — que levou à greve — devido à falta de diálogo com a Gestão Municipal, o secretário respondeu que a situação “aconteceu por um ruído de comunicação” e que a prefeitura está comprometida com a implantação do piso.
“O sindicato pediu uma data para a gente se reunir, fizeram um ofício para mim e eu já tinha dito para eles que eu estava absolutamente aberto, que eles poderiam vir à Sepog para nos reunirmos e começar a construção desse entendimento. Essa reunião não aconteceu, porque simplesmente o ofício não chegou a mim para uma definição de data. Então, eles chegaram à decisão de promover a parada [greve]”, completa.
Com informações do repórter Gabriel Damasceno/Especial para O POVO