Artesãos cadastrados em programas da Prefeitura ganham espaço na Auê Feira Criativa

Iniciativa municipal levou pessoas que são cadastradas nos programas "Nossas Guerreiras", "Feiras de Pequenos Negócios" e "Costurando o Futuro" para participarem da feira

Bolsas, roupas, calçados, porta retrato e até bijuterias. Produtos feitos por artesãos de programas de empreendedorismo da Prefeitura de Fortaleza estavam entre os itens vendidos da Auê Feira Criativa nesse sábado, 8, na Praça das Flores, em Fortaleza. 

Iniciativa municipal levou pessoas que são cadastradas nos programas "Nossas Guerreiras", "Feiras de Pequenos Negócios" e "Costurando o Futuro" para participarem da feira, atuando em dez stands diferentes. Ação foi idealizada por meio da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico (SDE).

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Os trabalhos expostos variaram. As histórias por trás deles também. Quem passou pelo local talvez nem imagine que cada peça ou material vendido carregava significados diferentes para os produtores. 

Maria Elisangela, uma das artesãs, é um exemplo disso. Ela precisou largar, há alguns anos, o trabalho de costureira que fazia em uma fábrica, pois não tinha com quem deixar o filho. Sem opção, resolveu comprar uma máquina de costura e começou a costurar peças para vender.

O trabalho avançou e hoje, com 43 anos, ela já tem seis máquinas. Em 2022, a empreendedora usou o crédito disponibilizado pelo Programa Nossas Guerreiras e, com o valor do empréstimo, investiu na pequena fábrica que mantém em casa, no planalto Ayrton Senna, expandindo a fabricação de roupas.  

"Tá sendo maravilhoso (estar na feira). Foi agora que minhas coisas melhoraram, depois que eu comecei a vir pra essas feiras da prefeitura. Tá indo pra frente agora, porque antes não ia não (...) Quero mais trabalhar pra ninguém. Quero fazer minhas coisas", diz, decidida. 

O artista plástico Francisco Erlan dos Santos, de 34 anos, também enveredou por um caminho parecido. Ele exerce atualmente alguns projetos como arquiteto, mas mostra seu dom vendendo camisas pintadas a mão, em um trabalho 100% artesanal. Jovem mostrou seu trabalho na feira, que para ele é "uma vitrine".

Empreendedorismo como terapia ocupacional

Auriana Andrade, de 40 anos, compartilha desse mesmo pensamento. Artesã que sempre atua nas feiras realizadas ou que contam com o apoio da Prefeitura, esteve pela primeira vez na Auê, vendendo as bolsas de crochê que faz delicadamente a mão.

O trabalho é custoso, mas é também por onde se imprime posicionamentos sociais e políticos. Muitas das bolsas que Auriana vende são coloridas em apoio à comunidade LGBTQIA+, causa a qual defende. 

"É muito caro pra um empreendedor, um artesão, vir (para feira) pagando. Os preços são bem altos. Esse apoio da Prefeitura, principalmente pra gente que não tem uma loja, que não é um grande empresário, é muito, muito boa" , diz ainda a empreendedora. 

Para Teciana Anastácia, de 45 anos, a história que a levou até a feira se desenhou de outra forma. A mulher trabalhou a vida inteira com vendas, mas em 2016 viveu uma reviravolta quando apresentou um problema de saúde nos rins e passou a fazer hemodiálise. 

"Os primeiros meses (pós cirurgia) foram conturbados e eu precisava ocupar a minha mente (...) Aí eu comecei (a aprender a fazer) chinela customizada, mas com pedraria", conta. O trabalho, que inicialmente começou como uma terapia ocupacional, virou também sua fonte de renda, já que saiu do emprego. 

Quem olha o seu stand na feira encontra não apenas calçado, mas chaveiro de biscuit, bolsa perolada e até roupa que ela mesmo faz o acabamento. A empreendedora, de olhos sorridentes e voz gentil, vende os produtos há sete anos, em um pequeno ateliê que mantém no bairro Genibaú.

Feira incentiva comércio local 

Empreendedores se juntaram a dezenas de outros comerciantes e artesãos no espaço, propiciando uma variedade de produtos e dando visibilidade ao comércio local, que é uma das propostas da feira.

De acordo com Cláudia Loscio, que ocupa o cargo de assistente técnico da SDE, a feira funciona como um cartão de visita para os artesãos. "É uma forma de estar ganhando o mundo, porque aqui eles distribuem o Instagram, distribuem as redes sociais e fazem troca de amizades e de saberes", diz.

Quem passava pelo espaço se encantava com a diversidade de produtos e  trabalhos feitos a mão. Foi o caso de Emerson Silva, de 23 anos, que fez questão de parar para olhar os stands e conversar com os empreendedores, se deixando encantar por cada material que via. 

"A gente consegue ter uma valorização do trabalho artesanal e também encontrar muita variedade de produto aqui. Feito de produtores artesanais que a gente conhece, que a gente vê, que a gente interage, e produtos muitos perfeitos, um acabamento incrível, uma diversidade muito boa também", frisa o jovem.

Irlete Freitas, de 58 anos, também passou pelos stands artesanais e se encantou pelo que viu. Ela gostou tanto que indicou o local para dois amigos estrangeiros conhecer. Enquanto esperava por eles, chegou a  "namorar" com uma bolsa, mas devido a diversidade que encontrou, escolheu seguir olhando os produtos.

Confira fotos da feira: 

 

 

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