Carro que teria sido utilizado na morte de advogado na Parquelândia é encontrado com ex-PM

Com Glauco Sérgio Soares do Bonfim, a Polícia Civil ainda encontrou roupas semelhantes às que eram usadas pelo executor do crime

Na casa de um dos ex-policiais militares presos suspeitos de matar o advogado Francisco Di Angellis Duarte Morais, crime ocorrido em 6 de maio no bairro Parquelândia, foi encontrado um carro que teria sido utilizado na execução. Em frente ao apartamento de Glauco Sérgio Soares do Bonfim, de 51 anos, foi encontrado um veículo modelo Ford Focus, de cor prata, que a Polícia Civil já sabia que tinha ligação com o assassinato.

Além disso, foram encontradas na sala do apartamento do suspeito, localizado em Caucaia (Região Metropolitana de Fortaleza), peças de roupa (calça jeans, camisa, capa de chuva, capacete e par de tênis) “compatíveis com as do indivíduo suspeito do homicídio investigado no inquérito”.

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As informações constam nos depoimentos dos policiais civis que cumpriram os mandados de prisão temporária contra Glauco Sérgio. Além dele foram presos o também ex-PM José Luciano de Sousa Queiroz, de 43 anos, e o empresário Ernesto Wladimir Oliveira Barroso, de 42 anos, que seria o mandante do crime. A motivação para o assassinato não foi divulgada pela Polícia Civil. O caso tramita em segredo de Justiça.

Glauco Sérgio também foi autuado em flagrante por posse irregular de arma de fogo e munições de uso permitido. Dentro do Ford Focus, a Polícia encontrou uma espingarda calibre 22. Já em um outro endereço ligado ao suspeito, foram encontrados seis munições calibre 38 e um estojo deflagrado de munição calibre 380, além de um binóculo, bússola e coldre para acondicionar carregador de pistola.

A Polícia Civil descreveu este segundo endereço de Glauco Sérgio como em “mau estado de conservação, inclusive com alimentos podres, o que levou à conclusão não ser o seu local oficial de moradia”.

Localizado no bairro Carlito Pamplona, no apartamento, porém, observou um inspetor, havia um aparelho de ar-condicionado no quarto, “dando a entender que, apesar da sujeira e má administração do local, o(s) usuário(s) do espaço se preocupava(m) com o conforto”. Durante o cumprimento dos mandados, ainda foram encontradas seis trouxinhas de cocaína.

Em seu depoimento, Glauco Sérgio fez uso do direito de permanecer em silêncio, por “não saber do que se tratava” o mandado de prisão. Ele apenas informou que a cocaína encontrada em seu apartamento era para consumo próprio e que trabalha no ramo de construções, sendo sócio de uma empresa.

Glauco Sérgio tem antecedentes criminais por formação de quadrilha, homicídio, estelionato e roubo. O POVO procurou o advogado que representa o suspeito, mas ele afirmou que iria pronunciar-se apenas nos autos. 

Defesa pede transferência de ex-PMs

A defesa de José Luciano requereu à Justiça a transferência dele e de Glauco Sérgio da Delegacia de Capturas e Polinter (Decap), onde estão presos, para o Presídio Militar do 5º Batalhão da PM. O pedido ocorreu pois, conforme a defesa, enquanto ex-PMs, há risco à integridade física dos suspeitos caso sejam transferidos para o sistema prisional comum.

O Ministério Público Estadual (MPCE) opinou pela concessão do pedido, mas ainda não houve decisão judicial sobre o caso, pois a Vara de Auditoria Militar, onde o requerimento foi impetrado, afirmou não competir a ela a deliberação.

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