Projetos da UFC são contemplados em seleção nacional do Instituto Serrapilheira

Por meio da parceria entre o instituto e as fundações de amparo à pesquisas estaduais (FAPs), R$ 22 milhões serão disponibilizados para que 32 jovens cientistas de várias instituições do Brasil tenham seus estudos financiados

Três projetos da Universidade Federal do Ceará (UFC) foram convocados na seleção pública nacional de apoio à ciência do Instituto Serrapilheira. Por meio da parceria entre o instituto e as fundações de amparo à pesquisas estaduais (FAPs), R$ 22 milhões serão disponibilizados para que 32 jovens cientistas de várias instituições do Brasil tenham seus estudos financiados.

Da UFC, o projeto dos professores Mauricio Poletti e Ramon Nunes, e o projeto do professor Cleiton Eller, todos do Departamento de Matemática, foram contemplados com a sexta chamada pública nacional do Instituto. A base desta chamada são pesquisadores que fizessem amplos questionamentos nas áreas de ciências naturais (física, química, geociências e ciências da vida), matemática e ciência da computação.

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No Estado, a parceria conta com a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). O projetos começam a ser desenvolvidos no segundo semestre e terão duração de cinco anos.

Veja os projetos que foram aprovados

Do Departamento de Matemática, foram aprovados os projetos “Como estimar funções L?”, coordenado pelo professor Ramon Nunes e “Quão Típico é o caos?”, coordenado pelo professor Mauricio Poletti. Já do Departamento de Biologia, o projeto contemplado foi “Os princípios evolutivos podem ser usados para prever a mortalidade de plantas durante a seca e explicar a coexistência de plantas em ambientes secos?”, coordenado pelo professor Cleiton Eller.

Projeto “Como estimar funções L?”

Para a execução do projeto, o professor Ramon teve o aval para usar R$ 617 mil. Os estudos possibilitarão a procura de estimativas não triviais das funções L, parte da teoria dos números, a partir de resultados recentes mostrados pelo programa sugerido pelo matemático canadense Robert Langlands.

“A teoria dos números é a parte da matemática que estuda primariamente os números inteiros e suas propriedades aditivas e multiplicativas. As funções L desempenham um papel crucial na investigação de propriedades dos números primos, como a distribuição deles ao longo dos números inteiros”, comenta o coordenador do projeto.

Nunes ressalta que o programa de Langlands tem o intuito de estabelecer conexões entre duas áreas aparentemente diferentes da matemática: a teoria dos números e a teoria de representações de grupos. “O projeto busca obter estimativas não triviais das funções L, o que envolve compreender melhor suas propriedades analíticas e seu comportamento em diferentes contextos”, explica.

Projeto “Quão típico é o caos?”

O projeto do professor Mauricio Poletti receberá o investimento de R$ 613 mil. O estudo procura responder o questionamento “o quão comum são os sistemas caóticos entre os sistemas dinâmicos”. De acordo com o professor, sistemas caóticos apresentam um comportamento muito rico entre os sistemas dinâmicos, eles têm sensibilidade a condições iniciais, entropia positiva, etc. O intuito é entender quão frequente eles são.

“[Projetos como estes] permitem convidar professores expertos na área para realizar pesquisas em conjunto, contratar pós-doutorandos e realizar eventos internacionais na área em Fortaleza. Isto é essencial para fazer pesquisa em nível mundial. Projetos como esse ajudam a manter o Programa de Pós-Graduação em Matemática da UFC como um dos melhores do País, uma das pós-graduações em Matemática nota 7 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)”, pontua Poletti.

Projeto “Os princípios evolutivos podem ser usados para prever a mortalidade de plantas durante a seca e explicar a coexistência de plantas em ambientes secos?”

O professor do departamento de Biologia, Cleiton Eller, explica que a ideia central do projeto é “entender como plantas individuais e comunidades vegetais morrem durante a seca e se esse processo de mortalidade pode ser explicado por um modelo baseado em princípios evolutivos. Esse modelo postula que plantas evoluíram de forma que seus processos fisiológicos, como fotossíntese e transpiração, sejam regulados da forma mais eficiente possível para evitar sua morte durante a seca”

O modelo será testado em experimentos feitos em estufas na própria UFC e também com informações coletadas em campo em vários parques e unidades de conservação localizadas no domínio da Caatinga. O projeto terá o investimento no valor de R$ 660 mil.

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