Projetos da UFC são contemplados em seleção nacional do Instituto Serrapilheira

Por meio da parceria entre o instituto e as fundações de amparo à pesquisas estaduais (FAPs), R$ 22 milhões serão disponibilizados para que 32 jovens cientistas de várias instituições do Brasil tenham seus estudos financiados

20:52 | Jul. 01, 2023

Por: Gabriela Monteiro
Imagem de apoio ilustrativo. Banca Ares, da UFC, publica lista incorreta de candidatos aprovados em processo seletivo para programas de residência em Nutrição (foto: Divulgação/ UFC)

Três projetos da Universidade Federal do Ceará (UFC) foram convocados na seleção pública nacional de apoio à ciência do Instituto Serrapilheira. Por meio da parceria entre o instituto e as fundações de amparo à pesquisas estaduais (FAPs), R$ 22 milhões serão disponibilizados para que 32 jovens cientistas de várias instituições do Brasil tenham seus estudos financiados.

Da UFC, o projeto dos professores Mauricio Poletti e Ramon Nunes, e o projeto do professor Cleiton Eller, todos do Departamento de Matemática, foram contemplados com a sexta chamada pública nacional do Instituto. A base desta chamada são pesquisadores que fizessem amplos questionamentos nas áreas de ciências naturais (física, química, geociências e ciências da vida), matemática e ciência da computação.

No Estado, a parceria conta com a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). O projetos começam a ser desenvolvidos no segundo semestre e terão duração de cinco anos.

Veja os projetos que foram aprovados

Do Departamento de Matemática, foram aprovados os projetos “Como estimar funções L?”, coordenado pelo professor Ramon Nunes e “Quão Típico é o caos?”, coordenado pelo professor Mauricio Poletti. Já do Departamento de Biologia, o projeto contemplado foi “Os princípios evolutivos podem ser usados para prever a mortalidade de plantas durante a seca e explicar a coexistência de plantas em ambientes secos?”, coordenado pelo professor Cleiton Eller.

Projeto “Como estimar funções L?”

Para a execução do projeto, o professor Ramon teve o aval para usar R$ 617 mil. Os estudos possibilitarão a procura de estimativas não triviais das funções L, parte da teoria dos números, a partir de resultados recentes mostrados pelo programa sugerido pelo matemático canadense Robert Langlands.

“A teoria dos números é a parte da matemática que estuda primariamente os números inteiros e suas propriedades aditivas e multiplicativas. As funções L desempenham um papel crucial na investigação de propriedades dos números primos, como a distribuição deles ao longo dos números inteiros”, comenta o coordenador do projeto.

Nunes ressalta que o programa de Langlands tem o intuito de estabelecer conexões entre duas áreas aparentemente diferentes da matemática: a teoria dos números e a teoria de representações de grupos. “O projeto busca obter estimativas não triviais das funções L, o que envolve compreender melhor suas propriedades analíticas e seu comportamento em diferentes contextos”, explica.

Projeto “Quão típico é o caos?”

O projeto do professor Mauricio Poletti receberá o investimento de R$ 613 mil. O estudo procura responder o questionamento “o quão comum são os sistemas caóticos entre os sistemas dinâmicos”. De acordo com o professor, sistemas caóticos apresentam um comportamento muito rico entre os sistemas dinâmicos, eles têm sensibilidade a condições iniciais, entropia positiva, etc. O intuito é entender quão frequente eles são.

“[Projetos como estes] permitem convidar professores expertos na área para realizar pesquisas em conjunto, contratar pós-doutorandos e realizar eventos internacionais na área em Fortaleza. Isto é essencial para fazer pesquisa em nível mundial. Projetos como esse ajudam a manter o Programa de Pós-Graduação em Matemática da UFC como um dos melhores do País, uma das pós-graduações em Matemática nota 7 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)”, pontua Poletti.

Projeto “Os princípios evolutivos podem ser usados para prever a mortalidade de plantas durante a seca e explicar a coexistência de plantas em ambientes secos?”

O professor do departamento de Biologia, Cleiton Eller, explica que a ideia central do projeto é “entender como plantas individuais e comunidades vegetais morrem durante a seca e se esse processo de mortalidade pode ser explicado por um modelo baseado em princípios evolutivos. Esse modelo postula que plantas evoluíram de forma que seus processos fisiológicos, como fotossíntese e transpiração, sejam regulados da forma mais eficiente possível para evitar sua morte durante a seca”

O modelo será testado em experimentos feitos em estufas na própria UFC e também com informações coletadas em campo em vários parques e unidades de conservação localizadas no domínio da Caatinga. O projeto terá o investimento no valor de R$ 660 mil.