Projeto prevê a implementação da 1ª Agência Comunitária Urbana dos Correios em Fortaleza
Prefeitura foi notificada e criou um Grupo de Trabalho para estudar iniciativa; projeto deve ser instalado no bairro JangurussuO bairro Jangurussu pode receber a 1ª Agência Comunitária Urbana dos Correios implantada em Fortaleza. Projeto foi pensado pela comunidade em parceria com a empresa durante reunião nessa quarta-feira, 28, e busca auxiliar moradores do Residencial José Euclides, situado no local, a receber correspondências. Prefeitura foi notificada e criou um Grupo de Trabalho para estudar iniciativa.
Reunião foi realizada na sede da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS). Além de representantes da pasta, estiveram presentes: pessoas da comunidade, comerciantes, dirigentes dos Correios do Brasil e do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), entre outros.
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Antes disso, no dia 14 de junho, equipes de Justiça Restaurativa, Mediação de Conflitos e Cultura de Paz da Secretaria dos Direitos Humanos do Ceará estiveram no residencial José Euclides e no Maria Tomásia, também no Jangurussu.
Segundo a pasta, o diálogo com moradores estabeleceu que a maior dificuldade enfrentada pelas comunidades era a ausência de CEP, que impede, entre outras coisas, o recebimento de correspondências dos moradores. A partir disso foi feita a conexão com os demais órgãos.
Paulo Sérgio Farias, Coordenador Nacional do MTST, conta que a ideia surgiu a partir de um problema antigo enfrentado pelos cerca de 13 mil moradores das mais de duas mil habitações do José Euclides, conjunto habitacional construído no bairro por meio do programa Minha Casa Minha Vida.
Morador do residencial, o representante conta que a entrega de correspondências tem sido tecnicamente inviabilizada na área. Parte disso, segundo ele, seria porque as ruas onde ficam os blocos não têm nomes e as caixas de correios no local não seriam "seguras" para armazenar cartas.
Com isso, os moradores do residencial, que foi entregue pelo Governo do Ceará em 2017 para abrigar as famílias que moravam no entorno dos rios Maranguapinho e Cocó, ficam sem receber correspondências.
Além disso, mesmo que o serviço funcionasse, ele pontua que apenas alguns moradores receberiam cartas, "já que os Correios só entregam no térreo e os prédios são de quatro andares".
"(São) 13 mil pessoas que estão tendo os direitos básico negados (de receber correspondências) desde que o conjunto foi inaugurado. A gente quer comemorar a entrega da primeira carta do Euclides", diz.
Secretária dos Direitos Humanos do Ceará, Socorro França acrescentou que a Pasta trabalha para "garantir que a população cearense como um todo tenha acesso aos seus direitos", com uma construção coletiva de justiça restaurativa.
Prefeitura de Fortaleza foi notificada
De acordo com o morador, a ideia é que projeto seja viabilizado por meio de uma parceira entre a comunidade, os Correios e a SDHDS. Solução prevê que seja instalado no bairro um equipamento para guardar as cartas que forem endereçadas aos moradores do José Euclides.
Um profissional contratado se encarregaria, então, de colher as correspondências e em seguida levá-las ao conjunto habitacional, dando continuidade ao processo de entrega.
A Prefeitura de Fortaleza foi notificada para "viabilizar" o andamento do projeto. De acordo com Tadeu Lustosa, assessor especial da SDHDS, Município recebeu o oficio e um Grupo de Trabalho (GT) foi criado para estudar iniciativa.
"Na próxima semana vou convocar o Estado e os Correios para pensar na viabilidade. É um ganho enorme. Discutiremos as atribuições. Temos desafios que colocaremos na mesa para viabilizar, respeitando as responsabilidades de cada ente envolvido", pontua o gestor, frisando que "ainda não há nada elaborado".