Chacina do Curió: "Julgamento histórico, que resgata a paz", destaca procurador-geral

Ja a defensora-geral do Ceará, apontou que a condenação de quatro PMs por participação na Chacina do Curió é um "início de reparação" para familiares

Após a condenação de quatro PMs pelos 11 homicídios da Chacina do Curió, o procurador-geral de Justiça do Ceará, Manuel Pinheiro Freitas, destacou o papel da decisão para a busca de "serenidade nas comunidades periféricas".

"Este é um julgamento histórico, que resgata um pouco da paz. É uma mensagem para a sociedade de restauro. Principalmente dessas situações que envolvem as comunidades mais vulneráveis, que convivem com o medo, insegurança e hoje se viram contempladas pela decisão do Conselho de Sentença", comentou o chefe do Ministério Público do Ceará.

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Já defensora-geral do Ceará, Elizabeth Chagas, ressaltou que o órgão acompanha caso desde o início, desde o momento dos laudos cadavéricos, e o que faltava, de fato, era que as mães das vítimas tivessem as respostas em mãos.

O caso ocorreu na madrugada do dia 12 de novembro de 2015 e culminou na morte de 9 adolescentes e dois adultos. Os então policiais militares Antônio José de Abreu Vidal Filho, Ideraldo Amâncio, Marcus Vinícius Sousa da Costa e Wellington Veras Chagas foram condenados a 275 anos e 11 meses de prisão, cada, na madrugada deste domingo, 25.

As genitoras das vítimas, conhecidas como Mães do Curió, encamparam por anos a luta pela condenação dos suspeutos. O caso ainda terá mais dois julgamentos, com 30 réus.

Segunda Chagas, a Defensoria esteve, a todo momento, junto com a Perícia Forense (Pefoce), para agilizar as entregas e que a mesma continuará dando aporte e acompanhamento às mães, aos sobreviventes e aos familiares durante o correr do julgamento.

"Aqui (no júri), a gente atuou como assistente de acusação, em defesa da vida, dos sobreviventes, das pessoas que se foram, em defesa das mães que lutam para ter respostas do caso. Este é só o início. Este é o início de uma reparação que precisa de várias outras providenciais.", confessa.

Para a defensora-geral, este episódio precisa se tornar um símbolo para que não aconteça mais. "Elas querem memorial, querem ter a memória dos filhos viva para que também sirva de exemplo e que não aconteça com outras pessoas, com outras mães que venham a perder filhos. Para que esses corpos negros e da periferia sejam respeitados.”

Para tanto, a defensoria tem atuado em algumas ações individuais, e tem, também, uma Ação Civil Pública solcitando a construção de um memorial, bem como apoio psicológico, medicamentos, acompanhamento às vítimas, e a reparação de maneira ampla.

*Com informações do repórter Lucas Barbosa*

 

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