Chacina do Curió: testemunhas de defesa depõem em julgamento nesta quarta-feira, 21

Conhecida, colegas de trabalho e vizinhos depõem nesta quinta-feira e defendem boa conduta dos réus acusados de matança em 2015
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Às 7h40min desta quarta-feira, 21, os portões, do Fórum Clóvis Beviláqua foram abertos ao público para o segundo dia do julgamento de quatro dos 33 réus acusados pela Chacina da Grande Messejana, conhecida como Chacina do Curió, que resultou na morte de 11 pessoas. As sessões devem se estender até a sexta-feira, 23, e os acusados serão julgados por júri popular.

Acusados entraram no 1º Salão do Júri por volta das 9h30min, e foram feitos os procedimentos iniciais. A primeira testemunha de defesa foi chamada a prestar depoimento por volta das 11h30min, após a leitura da denúncia e das condutas individualizadas dos réus, Wellington Veras Chagas, Ideraldo Amâncio, Marcus Vinícius e António José de Abreu Vidal Filho.

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A primeira e a segunda testemunhas foram ouvidas na manhã desta quarta-feira. O POVO acompanhou o depoimento das testemunhas que falaram na tarde desta quarta-feira. 

Testemunha de defesa: vizinha de Wellington diz que ele era pacato e prestativo

A vizinha do réu Wellington Veras Chagas foi a terceira a depor. A mulher, de 69 anos, é aposentada e atestou a boa conduta do policial. "Era uma pessoa pacata e muito prestativa", disse a testemunha. O depoimento foi encerrado em quinze minutos, sem que o MPCE, assistência da acusação ou outras defesas fizessem perguntas.

Testemunha de defesa: esposa de comandante que conhecia Wellington

A quarta testemunha ouvida nesta quarta-feira foi a esposa do comandante de viatura do réu Wellington Veras Chagas, que disse em depoimento que o policial era familiar e sempre falava do filho. A técnica de enfermagem, de 41 anos, afirmou que seu marido "sempre falou que ele era muito calmo” e que nunca viu uma mudança de humor da sua parte. Ambos, ela e o marido, não acreditaram quando Wellington foi acusado.

Testemunha de defesa: vigilante afirma ter visto Ideraldo chegar em casa

A quinta testemunha, arrolada pela defesa de Ideraldo Amâncio, é um homem de 46 anos que trabalha como vigilante e diz que morava no prédio do policial. Ele afirma ter visto o réu chegar entre 22 horas e 22h30min no dia da chacina e que não o viu sair depois disso. Ela também ressaltou o bom comportamento do policial.

Diante da fala do vigilante, o Ministério Público requereu a apresentação da testemunha à autoridade policial por falso testemunho, notando contradição no depoimento da fase de instrução para o que foi apresentado nesta quarta-feira. Anteriormente, ele teria dito que morava a cerca de um quarteirão e não viu Amâncio no dia do crime.

Sobre o requerimento, o Colegiado colocou que o falso testemunho só poderia ser atestado pelos jurados e que isso seria apreciado na fase de quesitação. A testemunha foi liberada, e o pedido do Ministério Público não foi aceito.

Testemunha de defesa: sargento reformado do Exército diz que Ideraldo era "afável demais" como policial

A próxima testemunha ouvida nesta quarta-feira é um homem, de 50 anos, que é sargento reformado do Exército. Em seu depoimento, ele afirmou que costumava brincar que Ideraldo era afável demais como policial.

Testemunha de defesa: agente da Ciops lembra de socorro prestado por Amâncio

O sétimo a depor na tarde do segundo dia de julgamento é um major policial militar e agente da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança, e é mais um a dizer que não há nada que desabone a conduta dos réus Amâncio e Wellington. Ele conta que Amâncio, inclusive, chegou a socorrer uma mulher grávida e um auxiliar de parto, história que foi noticiada pela imprensa e seria "pauta positiva como se diz no jargão jornalístico".

O depoimento da oitava testemunha foi dispensado. Com isso, foi concluída a fase de depoimentos de vítimas e testemunhas de acusação e defesa. Interrogatórios vão acontecer nesta quinta-feira, 22 de junho, a partir das 9 horas.

Com informações do repórter Lucas Barbosa

Entenda quais são as etapas do julgamento

Após ser instalada a sessão, acontece o sorteio dos jurados. Diante disso, a próxima etapa é a oitiva das vítimas sobreviventes e testemunhas, que aconteceu nos últimos dois dias.

Depois disso vem a etapa de interrogatórios, que deve ter início às 9h desta quinta-feira, 22 de junho. EM seguida acontecem os debates entre acusação e defesa e a leitura dos quesitos. Por fim, deve haver a votação e a sentença dos jurados.

A previsão é de que o julgamento do Caso Curió se extenda até esta sexta-feira, 23 de junho. 

Com informações da repórter Jéssika Sisnado

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