Chacina do Curió: terceira testemunha em julgamento foi aposentada com sequelas de tiros
O sobrevivente estava fumando com um amigo após o fim de seu expediente quando foi atingido por cinco tirosÀs 17h25min desta terça-feira, 20 de junho, a terceira testemunha foi ouvida durante o julgamento de quatro dos 33 réus acusados da Chacina da Grande Messejana, popularmente conhecida como chacina do Curió. Francisco Genilson Vieira é o terceiro de sete sobreviventes que estão entre as 20 testemunhas no julgamento, que deve se estender até o dia 23 de junho.
Genilson foi atingido por cinco tiros na noite da chacina, devido aos quais desenvolveu problemas de mobilidade e teve de ser aposentado. Ele também perdeu um amigo com o qual fumava após o expediente. Seu depoimento foi até as 18 horas da terça-feira.
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A história de Genilson
Era fim do seu expediente na pizzaria onde Genilson trabalha como pizzaiolo, ofício ao qual havia se dedicado por 10 anos, quando o sogro do seu irmão, Gilvan Pinto Barbosa, lhe pediu um cigarro. Os dois pararam para fumar na rua José Euclides, na noite do dia 12 de novembro.
Foi então que dois carros pretos, um sedan e um celta, se aproximaram de Gilvan e Genilson. Dos veículos saíram oito homens trajados de balaclava e colete. “Não deu nem para terminar de fumar”, disse a testemunha durante o depoimento.
Os homens chegaram dizendo “é agora”, e foi então que Genilson foi atingido por cinco tiros, no ombro, costas, barriga e debaixo do braço. Ele e Gilvan permaneceram feridos no local até serem socorridos pelo cunhado.
Ainda consciente, Genilson contou o que havia acontecido ao cunhado enquanto era levado ao Hospital Distrital Edmilson Barros de Oliveira, o Frotinha da Messejana. O cunhado de Genilson foi ouvido em uma delegacia e relatou que, ao estacionar na unidade de saúde, viu um veículo Corolla preto com a placa adulterada e pelo menos oito homens próximos ao veículo.
Depois do ocorrido, Genilson passou dois meses e 15 dias internado. Ele ficou com problemas de locomoção e foi aposentado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Gilvan Pinto não sobreviveu.
Com informações do repórter Lucas Barbosa