Pedalada por direitos LGBTI+ em Fortaleza reúne dezenas de ciclistas

Com cerca de 100 ciclistas pedalando pelas ruas da Capital, o Pedal LGBTI+ neste domingo, 18, foi momento para conscientização e visibilidade dos direitos da comunidade

Cerca de 100 ciclistas pedalaram por Fortaleza neste domingo, 18, durante a segunda edição do Pedal LGBTI+, em prol dos direitos da comunidade. A concentração começou às 7 horas na Cidade da Criança, no Centro.

Os ciclistas percorreram rota de 9,5 quilômetros (km), passando pela avenida Beira Mar e retornando ao parque. Segundo a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), o número de participantes foi “satisfatório” e equivalente à edição passada, em 2022.

A Cidade da Criança recebeu ações paralelas, como distribuição de preservativos e brindes para bicicletas. Além disso, o evento promoveu atividades lúdicas para crianças, como um minicurcuito infantil. Vendedores LGBTQIA+ também montaram uma feira empreendedora.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

Diferentes faixas etárias compuseram o público do evento, além de famílias aproveitando o domingo. A analista ambiental Alice Rodrigues, de 42 anos, levou o filho para pedalar e apoiar a causa. Para ela, o evento deve chamar atenção para políticas públicas ausentes no Município.

Márcio Rebouças, 43, foi acompanhado de filho e esposa. Segundo ele, qualquer ação que misture política com outros âmbitos do cotidiano, como o esporte, é importante para grupos vulneráveis.

Ciclista e moradora do Itaperi, Andrezza Brito, 29, ficou feliz com o evento por mostrar que a população LGBTQIA+ “está fazendo outras coisas”. “A galera que tem seus preconceitos a respeito da sigla acha que a gente vai estar em outro lugar da cidade, ou fazendo outras coisas, e a gente está aqui, 7h30 da manhã pedalando para dizer ‘oi’”, afirmou. A estudante esperava maior adesão dos fortalezenses, mas reconheceu que o horário pode influenciar.

Pessoas ouvidas pelo O POVO acharam insuficiente a divulgação do evento, como Ana Bernardo, 35. A servidora pública ficou sabendo “por acaso” do pedal e decidiu participar por seu filho trans e por si.

A auxiliar financeira Tatiana Maia, 35, notou que o Pedal LGBTI+ tem potencial para atrair mais público e se tornar cultural como a Parada da Diversidade Sexual, que acontece no próximo domingo, 25.

Fotógrafa reúne acervo de paradas LGBTQIA+ do Rio desde 1995; VEJA

Pedal LGBTI+ em Fortaleza: pedalar para conscientizar e integrar

A ideia da pedalada veio da ONG Mães da Resistência Ceará, segundo a coordenadora Gioconda Aguiar. O evento propõe “mostrar que nossos filhos podem e devem estar em todos os lugares da Cidade”. A AMC integrou a iniciativa à Ciclofaixa de Lazer, que ocorre aos domingos, com rotas divulgadas no site da Prefeitura de Fortaleza.

Três rotas foram preparadas pela Cidade para ajudar na chegada ao Centro, com pontos de apoio no Anfiteatro do Parque do Cocó; na Igreja Nossa Senhora Aparecida, no Montese; e no Parque Rachel de Queiroz, no Presidente Kennedy.

Gervana Gurgel, 53, não pedalou, mas fez questão de participar do evento para apoiar. “Me identifico como humana, por isso estou aqui. Tem questões que precisamos trabalhar em relação ao preconceito e à violência”, disse.

A empreendedora acredita que momentos como o pedal são necessários para a sociedade “perceber que é [a pauta LGBTQIA+] é uma questão social, de ter políticas públicas, apoio e integração”.

Coordenadora Especial da Diversidade Sexual de Fortaleza, Andrea Rossati destaca que o esporte é espaço de resgate de cidadania, principalmente para populações vulnerabilizadas, como a LGBTQIA+. Já a coordenadora da gestão cicloviária da AMC, Priscila Diniz, vê a ciclomobilidade como causa política que, quando somada a outras, “traz engajamento e muita força para lutar”.

O assistente social Thiago Costa, 35, participou da feira empreendedora deste domingo, vendendo peças de roupa e acessórios. Em sua visão, o pedal “envolve diversos atores sociais”, o que é significativo para a sociedade por uma vivência LGBTQIA+ pacífica.

“Não adianta falar de nós para nós mesmos. Temos que falar da gente, mas mostrando para a sociedade inteira. É gratificante um evento num domingo, saindo de um ponto estratégico, passando por locais de grandes fluxos na cidade com nossas cores, nossos amores e nossos orgulhos em nossos rostos. Mostra que a gente existe e resiste”, relatou Thiago.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

pedal lgbt bandeira lgbt mes do orgulho lgbt ciclismo em fortaleza bicicleta

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar