Parada pela Diversidade Sexual no Ceará vai defender políticas públicas

Evento em Fortaleza vai contar com a presença de diferentes setores do movimento

09:22 | Jun. 14, 2023

Por: Carlos Enrique Correia
Edição deste ano terá como tema Vraaahh!!! Todes nas lutas por políticas públicas: por quem se foi, por quem está e por quem virá! (foto: MATEUS DANTAS)

A cidade de Fortaleza recebe, neste domingo, 25 de junho, a 22ª edição da Parada pela Diversidade Sexual no Ceará, evento que reúne diferentes movimentos LGBTI+. Neste ano, o movimento terá como tema “Vraaahh!!! Todes nas lutas por políticas públicas: por quem se foi, por quem está e por quem virá!”.

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A edição deste ano é vinculada à Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, realizada no domingo, 6. Ao todo, quatro milhões de pessoas compareceram ao evento, que teve como temática “Políticas Públicas para LGBT+: queremos por inteiro e não pela metade”.

Em comunicado, Dary Bezerra, a presidente do Grupo de Resistência Asa Branca (Grab), entidade responsável por organizar a Parada pela Diversidade Sexual no Ceará, sublinha ser necessário reunir diferentes entidades públicas para que ações assertivas em direção ao público LGBTI+ possam ser realizadas.

“Pessoas LGBTI+ têm demandas que exigem do poder público abordagens mais humanizadas. Não dá pra olhar para uma travesti negra da mesma forma que se olha para uma mulher cisgênera branca. São realidades muito diferentes. É preciso promover equidade nos acessos e qualificar os serviços. Porque nós não queremos apenas estar vivas. Queremos dignidade! E qualidade de vida só se conquista com política pública especializada no que nós necessitamos”, aponta a presidente.

De acordo com dossiê formulado pela Rede Trans, o Ceará apresentou os maiores números relacionados ao assassinato da população trans em todo o Brasil em 2022: foram registradas 11 mortes.

No cenário nacional, um levantamento realizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) aponta para a ocorrência de 131 assassinatos em todo o território brasileiro no ano passado — foram 1.864 casos de violência desde 2008.

Também em comunicado, Labelle Silva, diretora do Grab, aponta para a importância de se debater questões ligadas aos movimentos LGBTI+ pelos diferentes setores da sociedade

“Historicamente, a pauta das pessoas e dos movimentos LGBTI+ foi reduzida ao HIV/aids e à hormonização. Mas nós somos muito mais do que isso! Quando reivindicamos políticas públicas para nós, estamos falando do combate ao bullying na escola, que nos retira a educação; estamos falando de políticas afirmativas para ingresso e permanência no ensino superior, que nos garante formação qualificada; estamos falando da empregabilidade, que nos assegura independência financeira; estamos falando de direito à moradia, que nos afasta da situação de rua etc. O corpo LGBTI+ tem tantas necessidades quanto qualquer outro. E essas necessidades precisam ser supridas”, conclui a diretora.

No Ceará, detalhes sobre a programação do evento ainda serão divulgados pela Prefeitura de Fortaleza e pelo Governo do Estado.