São João: procura por itens para preparo de comidas típicas aumenta

Com as festividades, consumo de pratos típicos das festas juninas aumenta e a população vai às compras para garantir produtos de boa qualidade

10:53 | Jun. 11, 2023

Por: Ana Rute Ramires
Irene Barbosa, 52, dona de casa e o pai são clientes do seu Antônio Viera, 81, que vende milho no Mercado São Sebastião (foto: AURÉLIO ALVES)

Na esquina das ruas Clarindo de Queiroz e Padre Ibiapina, no Mercado São Sebastião, parte da calçada fica cheia de espigas de milho espalhadas pelo chão. Desde o início do mês, com as festividades de São João, a procura por itens como milho, coco e carne de sol aumenta. A dica é ficar de olho na qualidade do produto e pechinchar. 

O milho é o protagonista de várias receitas tradicionais e que fazem mais sucesso ainda durante as festas juninas, como bolo de milho, canjica, pamonha. Os preços variam conforme a procedência e a oferta dos produtos. Segundo os comerciantes, o movimento está melhor do que no ano passado. 

Todos os dias, seu Antônio Vieira, 81, chega no local por volta das 2h30min da madrugada para se preparar para as vendas. Precisa ser cedo assim para atender aos feirantes, que compram no Mercado e vendem em feiras livres nos bairros. Aos finais de semana, ele trabalha na companhia de Cleonice Vieira, 61, que vai ajudar o esposo por causa do aumento do trabalho. 

Segundo ele, a procura está boa, "mas o foco mesmo é daqui para frente". O comerciante avalia que "o milho tá difícil", porque muitos produtores enviam grande parte da produção para outros estados. O valor fica a R$10 por dez unidades. 

Alguns clientes compram por cento, o que reduz o valor da unidade, chegando até a R$70. Se tiver pouca oferta do produto, eles chegam a vender por R$110 o cento. Seu Antônio explica que o milho cultivado na serra é de melhor qualidade. 

Veja fotos do movimento no Mercado São Sebastião

O semáforo vermelho é oportunidade de compra para clientes que param nos carros. Outros, fazem questão de analisar a qualidade das espigas. É o caso da Irene Barbosa, 52, e do pai, seu Antônio Batista Costa, 82. 

"Ele tem que aprovar se o milho é bom ou não porque ele é do sertão", justifica. Ele ensina que, se o talo tiver ressecado, indica que o produto é mais velho. Irene completa: é preciso ver se a espiga não está banguela, ou seja se os grãos estão completos. 

Marcos Antônio, 52, também é cliente frequente dos comerciantes do Mercado São Sebastião. "Hoje, especialmente, vim comprar para um aniversário com o tema de festa junina", conta. Segundo o militar, o local é uma boa escolha para as compras pela diversidade de oferta e bom preço.

Além dos pratos feitos com milho, outras iguarias enchem as mesas nas festas durante este mês. Como o famoso "pratim", que pode levar baião de dois, vatapá, creme de galinha e paçoca. Também fazem sucesso pé-de-moleque, dadinho de tapioca e cocada, dentre outros. 

Helio Lima, conhecido como Hellyo do Coco no Mercado, diz que o movimento aumentou a partir do dia 1º de junho. Ele vende a R$ 19 o quilo do coco ralado. "Alguns compram mais, menos. A gente dá um jeito. O cliente que diz. A gente faz qualquer quantidade a partir de R$ 3", explica. O ingrediente é usado principalmente para o preparo de bolo e de cocada. 

O vendedor de carne Chagas Mendes diz que a procura pela carne do sol "aumentou consideravelmente" desde o início do mês devido às festividades. "O pessoal compra mais a de primeira qualidade, mais especial. Dá pra comer trinchada e dá pra fazer a paçoca", diz.