Feira que une vinil e cerveja artesanal harmoniza domingo no Cocó

Com discotecagem e gastronomia, feira ao ar livre movimenta mercado que, nos últimos anos, voltou a ficar aquecido. Entre raridades e atualidades, discos de vinil conectam diferentes gerações, ritmos e memórias em torno da música

22:42 | Jun. 11, 2023

Por: Karyne Lane
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 11-06-2023: Com discotecagem, venda de cerveja artesanal e de discos de vinil, 4 edição da Feira do Vinil na praça Eng. Pedro Felipe Borges. (Foto: Samuel Setubal) (foto: Samuel Setubal)

Amantes de cerveja artesanal tiveram uma trilha sonora que completou a harmonia do último domingo, 11, no Cocó. Com discotecagem em vinil e gastronomia, a 4ª edição da feira “Vinil, Chope e ETC” movimentou a tarde na praça Engenheiro Felipe Borges com a venda dos chamados “bolachões”.

Onde comprar discos de vinil em Fortaleza?; CONFIRA

Ao ar livre, o público pode apreciar, garimpar e comprar de expositores locais que oferecem desde equipamentos até raridades e atualidades em discos de vinil. O evento é realizado no segundo domingo de cada mês e surge com a proposta de descentralizar o formato para levá-lo a outros bairros além do eixo Centro-Meireles.

É o que explica David Emerson, da Sonoro Discos & ETC, um dos organizadores: “A cultura do vinil tem se espalhado e se mostrado muito forte, então a ideia é aproximá-la dos mais diversos públicos. A gente tem visto muito esse movimento de diferentes gerações, muitos clientes e colecionadores de vinte e poucos anos, ou seja, nativos digitais, e que se apegam, às vezes, mais do que a gente”.

“Tem toda uma experiência, não é só escutar a música, a gente passa a entender e conhecer um pouco mais a obra. A própria capa em si já é uma arte à parte, tem as histórias que acompanham as composições. É um ritual”, completa David.

O segmento, segundo o expositor, voltou a ficar aquecido nos últimos anos. “Esse mercado tem alguns booms, como em 2010 ou em 2020, por conta da pandemia. Quem já conhecia, fortaleceu, e muitos que não conheciam passaram a conhecer”, diz.

Esse é o caso do personal trainer Ramires Mendes, 37, que foi à feira acompanhado do pai, Estanislau Maduro, 68, com quem compartilha a paixão pela música.

“Fiquei sabendo [do evento] pelo Instagram, e como sou degustador de cerveja artesanal e também passei a ter vontade de consumir esse tipo de mídia, resolvi vir com ele. Tem um toca-discos do meu avô parado que vamos começar a utilizar”, conta.

A cerveja artesanal ficou por conta da cervejaria 5Elementos, que funciona no espaço e é o primeiro  da Capital. Já o comando das pick-ups ficou a cargo do DJ Silvio Vitroleiro, que embalou diferentes gerações, ritmos e memórias em torno da música ao lado dos expositores Sonoro Discos & ETC, O Vitroleiro e Lenze Discos.

De acordo com Eduardo Holanda, um dos sócios da cervejaria, o espaço ao ar livre é convidativo e atrai famílias para desfrutar do ambiente agradável. “E além das bebidas, o público também pode saborear pratos como feijoada, panelada. Sempre aliando a boa cerveja com gastronomia e uma programação cultural bacana, com música”, comenta.

Onde matar a sede de cerveja artesanal em Fortaleza?; CONFIRA

Na era dos streamings, CDs continuam atraindo compradores e vendedores; LEIA

“Eu nasci no digital, tenho 20 anos, mas sempre tive esse interesse e criei essa relação, essa identidade. Tem uma demanda que segue esses meios de consumir música”, expressa Jairo Henrique, da Lenze Discos.

Conforme mostra o expositor, artistas mais jovens também têm produzido no formato, que não é coisa do passado. “Artistas nacionais e atuais, como Marina Sena, Baiana System, Criolo, Don L. Do reggae ao brega, do metal extremo ao forrózão tropicália. É saudável sair da bolha, descobrir artistas novos, explorar novos sons, novos lugares e ocupar a cidade”, pontua.