Barracas da Praia do Futuro passam por readequações para a inclusão de pessoas com deficiência

A expectativa é que até junho todos os estabelecimentos estejam dentro das normas.

As barracas da Praia do Futuro, em Fortaleza, estão passando por um processo de readequação para deixar os espaços mais inclusivos para Pessoas Com Deficiência (PCDs). A iniciativa foi tomada após fiscalizações da Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis), que indicou irregularidades e apontou soluções para os estabelecimentos. Até o momento, 14 das 42 barracas da praia já se adequaram a legislação vigente.

“É muito positivo, mas a ação de deixar acessível ainda é muito tímida. Eu acho que já vem tarde”, opina Lia Dias, 50, enquanto estava sentada em uma das cadeiras da barraca Terra do Sol na manhã nesta terça-feira, 23. “É um tema que a gente não pode prescindir de fazer. É uma maneira de trazer as pessoas para se divertirem. A Praia do Futuro é um ambiente agradável e, sendo acessível para todo mundo, vejo como uma coisa positiva.”

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Ainda no ano passado, a Agefis começou a visitar todas as 42 barracas da Praia do Futuro para ver se estavam dentro das normas estabelecidas pela NBR 9050 e pelo Código da Cidade. “Agora, estamos retornando para verificar se essas orientações foram cumpridas. Nós verificamos que 14 delas já fizeram essas alterações e estão trabalhando conforme a legislação vigente”, diz Laura Jucá, superintendente da agência.

Ivan Assunção é um dos proprietários da barraca Terra do Sol, que já finalizou o processo de readequação, e membro da Associação dos Empresários da Praia do Futuro (APF). Ele acredita que a iniciativa é positiva, mas que também existem dificuldades para a realização das obras. “Aqui tem barracas de diversos portes e as menores têm dificuldade para fazer um investimento como esse. Para fazer um banheiro adaptado, [por exemplo], é um investimento alto.”

Entre as adequações está a criação de um banheiro adaptado, de pisos táteis, rampas de acesso, mesas e caixas de pagamento dimensionados para cadeirantes e a devida sinalização.

“A fruição da vida em sociedade é um direito constitucional das pessoas com deficiência”, explica Emerson Damasceno, coordenador especial PCD da Prefeitura de Fortaleza. “Nisso também está incluindo o lazer, a questão do desporto. Nós temos aqui barracas de praia diversas e magnificas, nossa orla é magnífica. Então, é um direito das pessoas com deficiência, de turistas e familiares de PCDs”, afirma.

A Cidade e os estabelecimentos, segundo o coordenador, ainda enfrentam uma série de barreiras urbanísticas, que vão desde a questão da mobilidade até a falta de um cardápio em braile, por exemplo.

“Por mais que esse universo de pessoas não seja tão grande, eles são clientes que precisam ter toda nossa atenção e apoio”, diz Ivan. “Se você fosse uma pessoa com deficiência com certeza iria querer estar em um local em que você se sentisse acolhido. Então, no meu entendimento, é algo que realmente precisa ser feito.”

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