Barracas da Praia do Futuro passam por readequações para a inclusão de pessoas com deficiência
A expectativa é que até junho todos os estabelecimentos estejam dentro das normas.
15:30 | Mai. 23, 2023
As barracas da Praia do Futuro, em Fortaleza, estão passando por um processo de readequação para deixar os espaços mais inclusivos para Pessoas Com Deficiência (PCDs). A iniciativa foi tomada após fiscalizações da Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis), que indicou irregularidades e apontou soluções para os estabelecimentos. Até o momento, 14 das 42 barracas da praia já se adequaram a legislação vigente.
“É muito positivo, mas a ação de deixar acessível ainda é muito tímida. Eu acho que já vem tarde”, opina Lia Dias, 50, enquanto estava sentada em uma das cadeiras da barraca Terra do Sol na manhã nesta terça-feira, 23. “É um tema que a gente não pode prescindir de fazer. É uma maneira de trazer as pessoas para se divertirem. A Praia do Futuro é um ambiente agradável e, sendo acessível para todo mundo, vejo como uma coisa positiva.”
Ainda no ano passado, a Agefis começou a visitar todas as 42 barracas da Praia do Futuro para ver se estavam dentro das normas estabelecidas pela NBR 9050 e pelo Código da Cidade. “Agora, estamos retornando para verificar se essas orientações foram cumpridas. Nós verificamos que 14 delas já fizeram essas alterações e estão trabalhando conforme a legislação vigente”, diz Laura Jucá, superintendente da agência.
Ivan Assunção é um dos proprietários da barraca Terra do Sol, que já finalizou o processo de readequação, e membro da Associação dos Empresários da Praia do Futuro (APF). Ele acredita que a iniciativa é positiva, mas que também existem dificuldades para a realização das obras. “Aqui tem barracas de diversos portes e as menores têm dificuldade para fazer um investimento como esse. Para fazer um banheiro adaptado, [por exemplo], é um investimento alto.”
Entre as adequações está a criação de um banheiro adaptado, de pisos táteis, rampas de acesso, mesas e caixas de pagamento dimensionados para cadeirantes e a devida sinalização.
“A fruição da vida em sociedade é um direito constitucional das pessoas com deficiência”, explica Emerson Damasceno, coordenador especial PCD da Prefeitura de Fortaleza. “Nisso também está incluindo o lazer, a questão do desporto. Nós temos aqui barracas de praia diversas e magnificas, nossa orla é magnífica. Então, é um direito das pessoas com deficiência, de turistas e familiares de PCDs”, afirma.
A Cidade e os estabelecimentos, segundo o coordenador, ainda enfrentam uma série de barreiras urbanísticas, que vão desde a questão da mobilidade até a falta de um cardápio em braile, por exemplo.
“Por mais que esse universo de pessoas não seja tão grande, eles são clientes que precisam ter toda nossa atenção e apoio”, diz Ivan. “Se você fosse uma pessoa com deficiência com certeza iria querer estar em um local em que você se sentisse acolhido. Então, no meu entendimento, é algo que realmente precisa ser feito.”
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