Feira agroecológica movimenta manhã de lazer no Parque Adahil Barreto

Além dos produtos orgânicos e provenientes da agricultura familiar, os visitantes também puderam conferir itens de artesanato e lanches saudáveis

A área Adahil Barreto, integrante do Parque Estadual do Cocó, no bairro Dionísio Torres, recebeu neste sábado, 20, mais uma edição da Feira Agroecológica no Parque, evento que acontece aos sábados, das 7h às 12h, e reúne produtores locais e feirantes que oferecem produtos orgânicos como frutas e verduras, além de uma variedade de outros itens como queijo coalho, mel, doces.

Produtos orgânicos ganham impulso com realização de feiras em Fortaleza; SAIBA MAIS

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Vitor Rogulski, 39, moleiro de cereais, mora no Cocó e decidiu fazer as compras na feira. Consumidor frequente dos produtos orgânicos, itens que ele também procura nos supermercados convencionais, Vitor destaca as principais vantagens de ir até ao parque aos sábados.

“As pessoas pensam que os orgânicos são muito mais caros, mas isso não é verdade. Por exemplo, o quilo da banana aqui é R$ 4, sendo que no supermercado, custa R$ 6. E não é só pela questão do preço e sim, pela qualidade. Também é importante ressaltar a valorização do produtor local, por exemplo”, afirma.

Feira agroecológica: por que deveríamos consumir mais de produtores locais

Rafael Tomyama, coordenador da feira, faz uma reflexão sobre o consumo alimentar convencional e enumera alguns benefícios de adquirir orgânicos no evento.

“Você vai ao supermercado e pega o produto na prateleira sem saber que vem de outro estado, ou seja, que o que você vai pagar contribui para gerar riqueza em outro lugar. Esse produto é trazido para cá em caminhões refrigerados que causam mais impacto ambiental. E o pior, muitos dos produtos nem orgânicos são, pois recebem conservantes para aguentar semanas de transporte”, pondera.

“Aqui a lógica é outra: os produtos são locais e verdadeiramente agroecológicos. Eles são produzidos preservando a natureza, e ainda possuem em si valores sociais agregados”, acrescenta.

Vindos de Eusébio e Aquiraz (Região Metropolitana de Fortaleza) mas também de localidades mais distantes, como Baturité (distante 93 km da capital), Capistrano (98 km) e Aratuba (120 km), os produtos comercializados na feira foram cultivados em pequenas propriedades e são a principal fonte de renda de famílias inteiras. O Sistema Prisional do Ceará também fornece hortifrutis cultivados por internos.

Feira agroecológica: Alimentação saudável e cultura local

Um pouco adiante do espaço da agricultura, várias artesãs vendiam bonecas de pano, peças feitas de crochê e brinquedos feitos à mão. A artesã Maria Inês Sousa, integrante de uma rede de empreendedores negros, diz que a feira é uma ótima oportunidade de mostrar que, além de buscar uma alimentação mais saudável, é possível apoiar o artesanato local.

“A intenção é mostrar a cultura dos nossos antepassados. Cada boneca e brinquedo feitos a partir da reciclagem mostra isso”, destaca.

A feira dos produtos orgânicos se iniciou com a comercialização convencional de frutas e hortaliças. Rafael Tomyama diz que com o passar do tempo, a Fundação Cultural Educacional Popular em Defesa do Meio Ambiente (Cepema) e Rede EcoCeará, a Secretaria do Meio Ambiente (SEMA) e as Secretarias da Administração Prisional (SAP) e a do Desenvolvimento Agrário (SDA), os organizadores do evento, resolveram incluir o artesanato, já que muitos agricultores também têm familiares que realizam a atividade.


 

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