Equipamentos de segurança são indispensáveis para a prática de esportes no mar

As condições do vento e nível de experiência nos esportes devem ser levados em consideração no momento de marcar uma aula ou aluguel de equipamentos

Praticar esportes no mar utilizando canoas, caiaques e stand up paddles são boas maneiras de relaxar e fazer exercícios. No entanto, se atentar a medidas que aumentam a segurança dos usuários desses equipamentos é necessário para evitar acidentes.

O uso de colete salva-vidas e leashes (corda que prende a canela do atleta ao equipamento) são indispensáveis para os alunos da escola Kayakeria, segundo o instrutor e atleta Fábio Santiago, conhecido também como Amado. Ele explica que na canoa havaiana e no caiaque, é obrigatório utilizar coletes, os quais têm especificidades para cada tipo de equipamento e peso do usuário.

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No stand up paddle apenas a leash é utilizada, da mesma forma do surfe. Apesar disso, quando a aposentada Elda de Silenzi, 67, usa a prancha de uma das escolas esportivas da Beira-Mar, sempre utiliza o colete. "Tem a cordinha, se cair é só puxar a prancha por ela, mas mesmo assim vou de colete, porque sei que nado mal. Tem gente que não gosta, mas eles [instrutores] exigem", conta.

"Em esporte com embarcação, é obrigatório o uso do colete. O colete salva-vidas é um EPI [Equipamento de Proteção Individual] extremamente necessário nesse tipo de esporte", afirma o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros do Ceará Daniel Landim, comandante do Batalhão de Busca e Salvamento.

FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 25-04-2023: Trabalho de Bombeiros e Marinha realizado no resgate de mulher desaparecida na Praia de Iracema. (Foto: Samuel Setubal)
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 25-04-2023: Trabalho de Bombeiros e Marinha realizado no resgate de mulher desaparecida na Praia de Iracema. (Foto: Samuel Setubal) (Foto: Samuel Setubal)

O comandante faz parte da equipe de buscas de uma mulher que desapareceu nessa segunda-feira, 24, após cair de uma canoa havaiana próximo ao espigão da avenida João Cordeiro, na Beira-Mar de Fortaleza. Ela estava praticando o esporte com uma amiga, que foi resgatada com vida juntamente com as duas canoas que elas utilizavam. O colete salva-vidas da vítima desaparecida também foi encontrado.

As buscas foram iniciadas às 10h40min da segunda-feira, quando os bombeiros foram acionados por um pescador que encontrou as canoas à deriva. A operação foi suspensa durante a noite e retomada às 5 horas desta terça-feira, 25. "Estamos utilizando quatro motos aquáticas, quatro mergulhadores, dois drones e temos o auxílio da aeronave da Ciopaer [Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas do Ceará]. Toda a operação vai se dar até o momento de encontrar a vitima", explica o coronel.

O POVO entrou em contato com o Comando do 3º Distrito Naval da Marinha do Brasil e foi informado que a organização não teria tempo de responder ainda hoje.

Condições dos ventos e do mar também devem ser levadas em conta

Embarcar em canoas, caiaques ou praticar stand up paddle não é recomendado em dias com muitos ventos, conforme orientações do tenente-coronel. "Esse tipo de embarcação tem uma propulsão maior com o vento e vai ficar mais rápida, então para retornar pro local de origem vai ser mais difícil e você vai ficar mais cansado ainda. Deixe para praticar quando tiver com menos vento possível", afirma.

O instrutor Fábio Santiago também atenta para a distância máxima da costa. "Para quem está aprendendo, deixamos entrar 500 metros e se distanciar até um quilômetro da escola", relata. Quem não tem experiência pode ainda ser acompanhado por um professor. "Só sai sozinho quem já entende o mar, o vento, as correntes."

Mesmo quem tem costume de surfar e nadar no mar precisa escutar com atenção as orientações repassadas pelos instrutores de canoagem, caiaque e stand up paddle. "Sempre que vão alugar um equipamento, a gente dá a instrução na areia por 25 a 30 minutos", diz Fábio.

O que diz a Prefeitura

Em nota, a Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger) informou que permissionários que atuam com esportes náuticos na Praia de Iracema, Meireles e Mucuripe passam por cadastros e ordenações, e comerciantes que atuam na área devem comprovar a conclusão do curso de bacharelado em Educação Física para obterem o termo de permissão do uso do espaço público. 

Além disso, a Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) afirmou que fiscaliza estabelecimentos de esportes aquáticos na Praia de Iracema e verifica as autorizações de atividades comerciais nas áreas públicas da orla.

Leia na íntegra a nota da Seger:

"A Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger) informa que os permissionários que atuam com esportes náuticos na orla da Praia de Iracema, Meireles e Mucuripe são cadastrados e ordenados por equipes das Regionais 2 e 12. O processo de ordenamento é realizado segundo orientações do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC), que indica as áreas mais adequadas para a prática das atividades.

Para obterem o termo de permissão de uso do espaço público, os comerciantes precisam comprovar a conclusão do curso de bacharelado em Educação Física, apresentar o registro profissional junto ao Conselho Regional de Educação Física da 5ª Região (Cref5) e ter concluído o curso de salva-vidas. As Secretarias Executivas 2 e 12 conferem se os permissionários possuem os coletes necessários para o exercício das atividades. Já o Cref5 fiscaliza a atuação dos profissionais.

A Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) informa que realiza fiscalizações contínuas, via denúncias e busca ativa, nos estabelecimentos de esportes aquáticos na Praia de Iracema, para a inspeção do Alvará de Funcionamento. Ainda, a fiscalização municipal atua na verificação das autorizações de atividades comerciais exercidas nas áreas públicas da orla, bem como o cumprimento das condicionantes nelas contidas, de acordo com as permissões emitidas pelas Secretarias Executivas Regionais".

Denúncias

Denúncias de irregularidades podem ser feitas por meio do aplicativo Fiscalize Fortaleza (disponível para Android e IOS), do site da Agefis e do telefone 156. (Colaborou Bia Freitas

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