"Quando ela decidiu terminar, estava querendo mudar de vida", relata amiga de estudante morta no Centro

A estudante deixa três filhos: de 3, 5 e 10 anos de idade

A estudante Bárbara Bessa completaria 26 anos em setembro deste ano e era mãe de três crianças de três, cinco e 10 anos de idade. Ela foi morta a tiros na madrugada do sábado, 15, na rua Senador Alencar, no Centro de Fortaleza.

Bárbara havia terminado o relacionamento e começou uma graduação em Administração. Foi o fim do que se tornaria um recomeço. "Era uma pessoa muito cativante, muito alegre e alto astral. Não tinha tempo ruim para ela. A gente nem acreditou quando soube. Ela desacreditou dele, que por ele gostar muito dela, não teria coragem de fazer isso. Ele não gostava dela. Isso para mim não é sentimento", relata uma amiga de nome preservado.

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Bárbara havia terminado o relacionamento de dois anos com o companheiro. Ele é o principal suspeito do crime, no entanto, fugiu e não foi encontrado. "Quando ela decidiu terminar com ele estava querendo, de fato, mudar de vida. Ela havia começado a fazer faculdade de Administração, estava super empolgada com o curso, querendo trabalhar", destaca.

Bárbara era moradora do bairro Álvaro Weyne, em Fortaleza. "Ele era uma pessoa que não podia andar em alguns locais. Desde quando eles começaram a namorar, ela se afastou. Eu creio que era porque ele não gostava das amizades dela", descreve.

"Ela era uma pessoa muito positiva, muito alegre, para ela nada tava ruim, tudo ia dar certo. É tanto que todo mundo ficou muito chocado com o que aconteceu. Ninguém nunca acreditou que fosse acontecer com ela", comenta a amiga.

A colega destaca que Bárbara não conversava sobre o que acontecia, mas a vizinhança sabia das agressões e escutava as brigas, no entanto, nunca houve denúncia. A fonte diz que acredita que as pessoas tinham medo dele "por ele ser uma pessoa errada". Ela aparecia com marcas que chamavam a atenção de alguns colegas e todos desconfiavam que ela era vítima de violência doméstica, porém, conforme a colega, não havia a certeza. Após a morte, a vizinhança comentou das agressões.

O Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) investiga o caso por meio da 4ª Delegacia do DHPP. A Perícia Forense também esteve no local realizando os primeiros levantamentos sobre o caso.

A reportagem de Lucas Barbosa publicada nesta segunda-feira, 17, no O POVO, relata que dois casos de morte de mulheres foram registrados em 24 horas na Capital. Até o último dia 12 de abril, 68 mulheres haviam sido mortas no Ceará.

Amigos e família deixam mensagens de carinho, luto e pedem Justiça para Bárbara

Amigos e pessoas que estiveram no Centro no dia do crime utilizaram as redes sociais para comentar o caso. "Ele não tirou só a vida de Bárbara. Ele tirou o direito dela de ver os filhos crescerem, os netos, tirou o direito da mãe dela de ter a filha viva. Tirou o direito das amigas dela da convivência. Conheci Bárbara ainda uma criança e essa notícia deixou todas as minhas irmãs abaladas", relata um dos depoimentos.

"Hoje a filha dela está completando 10 aninhos. Sempre será uma data difícil para toda a família", destaca uma amiga.

Uma tia da jovem, nome preservado, fez uma postagem descrevendo Bárbara durante a infância. "Hoje eu lembro de como fui presente na sua vida e penso que poderia ter feito mais. Sempre ficamos com essa sensação que poderíamos ter feito mais depois que perdemos um ente querido. Infelizmente não deu tempo. E eu peço perdão por ter soltado a sua mãozinha na fase adulta e não ter se feito tão presente como fui na sua infância. Perdão por não ter percebido como você estava, com quem se relacionava em amizades e relações afetivas. O que resta agora é ser presente na vida dos meus três sobrinhos que você deixa sob nossos olhos e cuidados. Babi linda, você está nos braços de Deus agora. Olha por nós daí e ajude a sermos presentes e uma família cheia de amor na vida de cada um desses pequenos que você deixou", relata.

A tia ainda pediu Justiça e pontuou o fato da sobrinha querer recomeçar a vida. "Que Deus faça Justiça, que a Justiça terrena se cumpra. Você sempre será eterna em nossos pensamentos. A saudade sempre vai bater à nossa porta com lembranças suas de uma menina cheia de alegria e vontade própria que lhe era peculiar. Uma característica sua admirável que te fazia ser uma mulher tão decidida ao ponto de querer recomeçar a vida e infelizmente teve o seu direito ceifado", descreveu.

 


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Feminicídio Ceará violência doméstica Fortaleza

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