Motociclistas entregadoras fazem curso de condutas seguras de trânsito na AMC
O público-alvo são motociclistas que trabalham como entregadores. A aula desta quinta-feira, 30, foi exclusiva para as entregadoras mulheresPara incentivar a adoção de condutas seguras no trânsito, a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) promoveu, nessa quarta-feira, 30, aulas teóricas e práticas para mulheres motociclistas que trabalham como entregadoras de aplicativos. As aulas fazem parte de uma ação em parceria com a Associação dos Trabalhadores de Aplicativos de Fortaleza (ATAF).
Para André Luís Barcelos, gerente de Educação da AMC, os entregadores de aplicativos estão mais expostos que os demais motociclistas, porque têm um papel importante na logística da Cidade, e, por isso, é necessário conscientizar este público. “Hoje, Fortaleza está no oitavo ano consecutivo de queda de mortalidade [no trânsito], mas a metade que sobra é de motociclistas. Por quê? Porque eles são mais vulneráveis. Este usuário está mais exposto, qualquer queda na moto é mais grave”, disse.
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"Isto também serve para conversar com este usuário, para que ele possa perceber os riscos e tenha um comportamento mais seguro. Apesar deles serem habilidosos, precisam retomar essa questão do comportamento humano“, completa André.
Após 3 anos de existência, o órgão ampliou o tempo do curso de pilotagem, que antes era de 4 horas, para 8 horas, acontecendo das 8h às 17 horas. No final, como forma de gratificação, os entregadores ainda recebem 'bags' personalizadas e uma camisa de proteção solar.
Douglas Sousa, presidente da ATAF, afirma que, desde o ano passado, a Associação vem criando laços robustos com a AMC. “Já formamos, em conjunto, 556 pilotos nesta pista”, conta.
“É um curso fundamental para estes trabalhadores. Hoje, em específico, temos o privilégio de ter uma turma toda feminina. Elas, muitas vezes, trabalham 12 horas por dia”, evidencia Douglas.
A aluna Ana Brandão, 33, revela que as aulas são uma chance de refrescar a memória sobre as aulas de habilitação. “Tá sendo bem proveitoso, porque muitas coisas que eu já tinha esquecido, eu relembrei aqui, e isso eu vou usar lá fora.” Entregadora há 6 meses, ela trabalha 13 horas por dia e conta que se sente vulnerável no trânsito: “A maioria dos motoristas não respeita o motociclista, então a gente tem que, por muitas vezes, dirigir para a gente e pelos outros.”
Já Flávia Araújo, 30, trabalha como entregadora há 4 anos e diz se sentir vulnerável por ser mulher, pois as mulheres não são respeitadas no trânsito. Ela, que sofreu um acidente há 1 ano e 3 meses, destacou as técnicas de frenagem aprendidas no curso. “Foi um cachorro. Ele entrou no meio, aí fui frear, não sabia essas frenagens, aí caí.”, detalha a entregadora.
Além de motociclistas, a ação deve dispor, até os próximos dias, de uma nova categoria: os entregadores ciclistas, com duas turmas abertas. Os responsáveis pela elaboração aguardam a entrega de capacetes e luvas para estes ciclistas como brinde.
Colaborou Rebeca Rodrigues/Novos Talentos