Após relatos de truculência em operação, reunião debate políticas para o Jangurussu
Integrantes do MPCE, da SSPDS e da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Ceará estiveram presentes para debater ações em residenciais como José Euclides, Maria Tomásia e Luiz GonzagaApós relatos de truculência durante operações policiais em condomínios residenciais do Grande Jangurussu, uma reunião foi realizada entre entes públicos visando discutir políticas para a região. O encontro ocorreu na última quinta-feira, 9, e contou com a participação de representantes do Ministério Público do Estado (MPCE), da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) e do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), o deputado estadual Renato Roseno (Psol).
“Na ocasião, foi discutida a necessidade de garantir, além das ações de segurança, medidas que promovam cidadania nos conjuntos habitacionais abordados na Operação Opus, a exemplo do bairro Jangurussu, primeiro local visitado pela Operação, devendo ser criado um fluxo que garanta tanto a permanência do Estado no território de forma a prevenir a ocorrência de crimes quanto garanta a efetivação de direitos essenciais”, afirmou o MPCE em press-release sobre o conteúdo da reunião.
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A operação Opus é uma das operações permanentes desenvolvidas pela Coordenadoria Integrada de Planejamento Operacional (Copol) da SSPDS com o intuito de prevenir crimes em regiões que apresentam altos índices de violência.
Conforme a SSPDS, 11 pessoas suspeitas de envolvimento em crimes e atos infracionais já foram capturadas no Grande Jangurussu desde o início da ação em 2 de março último.
Moradores e ativistas sociais, entretanto, criticam aspectos da operação, como a truculência das abordagens e destacam que os condomínios da região carecem de outros serviços públicos. Produtor, agitador cultural e militante do MTST, Léo Suricate foi um dos críticos da ação, tendo gravado um vídeo reclamando de abordagem que sofreu no Conjunto José Euclides, no Jangurussu.
“Eu estava colocando o lixo para fora de casa [quando fizeram a abordagem]. Porque eu estava com um cordão de prata, porque eu pareço um pivete da periferia. Eu tenho cara de marginal. Eu tenho a cara do enquadro”, afirmou.
Em 2 de março, críticas também surgiram após um vídeo institucional da SSPDS mostrar um policial, em um helicóptero, apontando um fuzil em direção aos apartamentos dos conjuntos Maria Tomásia, Luiz Gonzaga e José Euclides. A SSPDS apagou o vídeo de sua página oficial no Instagram, onde havia sido publicado.
A reunião na última quinta-feira foi presidida pela promotora Giovana de Melo Araújo, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Cidadania (Caocidadania), do MPCE.
Também estiveram presentes por parte do MPCE os seguintes promotores: Joseana França Pinto, coordenadora do Núcleo de Atendimento à Vítima da Violência (Nuavv); Marcelo Cochrane Santiago Sampaio, membro do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco); e Lucas Felipe Azevedo de Brito, coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude (Caopij). O delegado de Polícia Civil Harley Filho, coordenador do Copol, representou a SSPDS.