Arquivamento da investigação da morte de garoto eletrocutado em canal é requerido

Investigação não conseguiu encontrar elementos que indicassem os responsáveis por colocar no canal os fios desencapados que mataram Cleidson Lima de Sousa, de 12 anos

A Polícia Civil sugeriu o arquivamento do inquérito que investiga a morte de Cleidson Lima de Sousa, de 12 anos, garoto encontrado morto em um canal do bairro Barroso, em 16 de novembro último, após ficar três dias desaparecido. Conforme a 3ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), não foi possível identificar responsáveis pelos fios desencapados que estavam no canal e que eletrocutaram a vítima.

O pedido foi enviado à Justiça, que decidirá pelo arquivamento ou pela continuidade das investigações. Parecer do Ministério Público Estadual (MPCE) também foi favorável ao arquivamento.

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Na investigação policial, duas hipóteses foram levantadas acerca do fio elétrico que provocou o choque fatal. Em nenhuma delas, porém, houve provas que corroborassem com a versão. A primeira possibilidade aventava que os fios foram ali colocados por ordem da facção criminosa que atua no bairro, com o objetivo de impedir ataques de faccionados rivais.

Uma mulher apontada como a chefe da facção na localidade chegou a ser ouvida, mas, além de negar o pertencimento ao grupo criminoso, ela não trouxe nenhum elemento que colaborasse com a investigação. A informação de que era essa mulher a chefe do tráfico de drogas na região surgiu de testemunhas que afirmaram terem tomado conhecimento por fonte não informada.

Já a segunda hipótese dizia respeito ao descuido por parte do morador da casa localizada ao lado do canal. Entretanto, a pessoa responsável pela residência não foi identificada. A casa não tinha medidor de energia.

Perícia no local do crime confirmou que havia uma ligação clandestina de energia no imóvel mais próximo ao canal que alimentava os fios. “Também constatou-se fios cortados junto à árvore e em cima do telhado”, informou a Perícia.

“A despeito de se tratar de fato relativamente recente e dos pedidos de diligência anteriores, após nova análise do que produzido até o momento, não se vislumbra que outras diligências possam se mostrar exitosas na elucidação da autoria”, afirmou a promotora Márcia Lopes Pereira no pedido de arquivamento, feito nessa segunda-feira, 27.

“Ante o exposto, considerando a ausência de base empírica idônea e suficiente à deflagração do processo penal, e não havendo perspectivas concretas de obtenção de outros elementos de informação efetivamente úteis à elucidação do crime, vem o Ministério Público requerer o arquivamento das investigações, sem prejuízo de sua reabertura, caso surjam fatos novos e relevantes, nos termos do artigo 18 do Código de Processo Penal”.

Relembre o caso

Cleidson desapareceu no dia 13 de novembro de 2022 após sair de casa de bicicleta sem avisar para onde iria. No mesmo dia, a família registrou boletim de ocorrências e tiveram início as buscas pelo bairro.

No dia 16, a criança foi encontrada dentro de um canal de esgoto. Laudo pericial constatou que a causa da morte foi choque elétrico, causado por fios desencapados. Em depoimento, familiares de Cleidson reforçaram que ele não tinha envolvimento com atividades criminosas e era bem-quisto na região.

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