Escola de Gastronomia faz doação de refeições para cozinhas solidárias de Fortaleza
A mobilização também contou com a participação do programa Mais Nutrição, do Governo do Estado do Ceará, que doou alimentos para a elaboração das refeiçõesA Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco realizou na manhã desta segunda-feira, 27, a produção de sopas, pães e bolos para doação para cozinhas solidárias em Fortaleza. A ação faz parte do “Banquetaço 2023”, uma mobilização nacional em apoio ao retorno do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), extinto em em 2019 pelo Governo Federal.
O Banquetaço está acontecendo em todo o Brasil. Ao todo, são 19 estados e 40 cidades envolvidos no evento. “A mobilização está tendo o caráter não só de uma ação efetiva no combate à fome, mas também simbólico de demarcar a volta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea)”, explica Selene Penaforte, superintendente da Escola.
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De acordo com ela, “o órgão existe para pensar em políticas públicas que envolvam essa grande população que, hoje, ainda vive em uma condição de insegurança alimentar ou mesmo uma condição de fome”.
Uma das estudantes que estavam na cozinha auxiliando na produção das refeições é Babila Souza, de 34 anos. Ela está na reta final do curso de Cozinha Básica e sonha em seguir carreira na área. “Depois que eu comecei o curso, percebi que é isso que eu quero para mim. A cada dia que eu venho chega a ser mais apaixonante”.
Sobre o projeto, ela acredita que “é uma forma de gratidão, de retribuir por tudo aquilo que a gente recebe aqui dentro da escola. A escola prega muito isso e a gente percebe que cozinhar não é só pela grana. Se tem tanta gente com fome porque eu, que sou uma profissional da área, não posso ajudar?” questiona a estudante.
Outro debate que se relaciona ao Banquetaço diz respeito à insegurança alimentar. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 20 mil mortes por ano acontecem devido ao consumo de agrotóxicos. “Um dos grandes problemas do Brasil, e da maior parte do mundo, não é só a falta do alimento, mas também a forma como ele tem sido produzido", alerta Selene Penaforte.
“A gente viu a liberação absurda de agrotóxicos e as pessoas não sentem, no dia a dia, o impacto que isso tem na saúde de toda uma população. Hoje, muitas doenças certamente são resultado deste alimento, que já chegam em nossas mesas contaminados”, complementa.
A mobilização também contou com a participação do Programa Mais Nutrição, do Governo do Estado do Ceará, que doou alimentos para a elaboração das refeições.
Débora Melo, nutricionista do programa, explica que o Mais Nutrição atua, principalmente, contra o desperdício de comida. O programa age como uma forma de fábrica. Eles recebem alimentos que não seriam mais comercializados e os transformam em polpas de frutas, sopas, etc. “Antes do programa existir, esses alimentos eram jogados no lixo, alimentos que ainda estavam prontos para o consumo humano”, explica.
Ainda de acordo com Débora, esse produtos produzidos pelo Mais Nutrição são doados para entidades que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social. No momento, o programa atende 100 unidades distribuídas entre: Fortaleza, Maracanaú e Caucaia. Cerca de 23 mil cearenses são beneficiados pelo programa.