Após incêndio, famílias desabrigadas na Comunidade do Gengibre pedem ajuda

O incêndio aconteceu na madrugada desse domingo, 19, e destruiu 16 barracos. Os moradores pedem por doações

13:36 | Fev. 21, 2023

Por: Ana Louise Gadelha
Restos dos barracos após o incêndio (foto: Marlene Marta )

Na madrugada desse domingo, 19, um incêndio no bairro Manoel Dias Branco, em Fortaleza, destruiu a moradia de 11 famílias da Comunidade do Gengibre. Não houve feridos, mas as pessoas ficaram desabrigadas.

“Eu estava programando meu domingo de Carnaval para descansar e estudar, quando às 6 horas da manhã alguém da comunidade começou a me ligar. Peguei o carro e vim pra cá, porque damos assistência a eles, é o mínimo. De domingo pra cá têm sido muito fortes as ações de apoio às famílias”, conta Marlene Marta, 45, diretora da Casa de Irmãos.

A associação faz contação de histórias para as crianças todas as quartas-feiras. Marlene afirma que é muito triste encontrar a situação de pessoas que já moram em um local insalubre, ainda pior. Foram 16 barracos queimados, de 11 famílias.

“Não houve nenhuma vítima humana, mas cachorrinhos e coelhinhos foram encontrados cremados. Pra gente, é importante ser presença para que consigamos ser também um sinal de esperança para esse povo. Não pedimos que os barracos sejam refeitos. Gostaríamos que eles tivessem boas casas, de preferência aqui no Gengibre, onde eles têm amigos e vínculos afetivos. É o nosso pedido, pedimos boas políticas públicas”, fala Marlene.

A diretora lembra que é a segunda vez que os barracos pegam fogo, causando um desastre na vida dos moradores.

Maria Conceição de Sousa, 47, vive nos barracos há quatro anos e conta ao O POVO que estava dormindo quando começou o incêndio, por volta das 4 horas da manhã. "Bateram na minha porta pedindo pra eu sair com as crianças. Quando me levantei a porta já estava em chamas, e a fumaça dentro de casa. Por Deus que conseguimos tirar os meninos de dentro de casa.”

Maria é recicladora e também tem um bazar. Ela pede doações, principalmente, de rede, lona, colchões, lençóis e pregos. “Eu tenho um bazar, mas quanto mais vier, mais eu agradeço, porque é daqui que tiro o sustento dos meus filhos.”

Marlene completa que água potável está sendo de extrema necessidade, pois os moradores estão tomando água da torneira. Ela completa os pedidos com: madeirite, telhas, itens de cozinha e de higiene no geral, além de roupas.

“Peço ao poder público que não venha só para dialogar, mas que venha com uma proposta de solução para essas famílias. Não queremos voltar pra cá próximo ano e viver essa situação novamente”, completa. As causas do incêndio são apuradas pelo Corpo de Bombeiros.


PIX para ajudar:

35.992.352/0001-55
CNPJ: CASA DE IRMÃOS

Mais informações: @casadeirmaos