Dengue e chikungunya: Fortaleza tem 98 casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

SMS aponta que a Capital tem cenário de possível epidemia de arboviroses em 2023. Prefeitura realiza mutirões para reduzir e evitar presença de focos do mosquito

13:58 | Fev. 16, 2023

Por: Marcela Tosi
SMS realizou mutirão de combate ao mosquito Aedes aegypti no bairro Henrique Jorge na manhã desta quinta-feira, 16 (foto: Fábio Lima/ O POVO)

No primeiro mês de 2023, Fortaleza registrou 98 casos de arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti. São 91 fortalezenses diagnosticados com dengue e outros sete com chikungunya. Os dados são da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e abrangem os casos confirmados até o dia 4 de fevereiro. 

A Capital tem ainda 272 casos de dengue e 49 casos de chikungunya em investigação. “Isso não está generalizado na Cidade, está sobretudo nas regionais de saúde 5 e 6. São as regionais de maior território, maior população e maior densidade populacional. Nelas, temos em torno de 1,2 milhão de habitantes”, explica Nelio Morais, coordenador da Vigilância em Saúde.

Segundo ele, Fortaleza “está no cenário de uma possível ameaça de epidemia de arviroses”. “Nos últimos 20 dias, realizamos o primeiro Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa) do ano. Temos taxa de 1,45% de infestação, ou seja, foram encontrados focos do mosquito em cerca de três entre 200 casas”, aponta.

Os resultados do LIRAa são divididos em três categorias. Até 1% de presença de criadouros, o cenário é considerado de estabilidade. De 1% a 3,9%, há cenário de ameaça de epidemia de arboviroses. Acima de 4%, há cenário de propensa epidemia.

“Existem várias dengues e várias chikungunyas em Fortaleza, que é uma cidade extremamente heterogênea. Temos que agir com o perfil de cada área”, continua Morais. “Na regional 2, temos a maior concentração de construções civis da Cidade e fazemos um trabalho de parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon) para minimizar os riscos. Já na região da Praia de Iracema, onde há muitos imóveis de temporada, os focos estão nos ralos e vasos sanitários em desuso”, detalha.

O coordenador expõe que, nas regionais 5 e 6, as condições sanitárias e sociais trazem maiores preocupações, sendo historicamente as líderes em números de casos. “Além disso, são regionais que fazem fronteira com Maracanaú e Caucaia, então é necessário um trabalho integrado com os municípios.”

Dengue e chikungunya: mutirão no Henrique Jorge

Na manhã desta quinta-feira, 16, uma equipe formada por 212 agentes de combate às endemias percorreu mais de 190 quarteirões no bairro Henrique Jorge para inspecionar cerca de 9 mil imóveis. A iniciativa faz parte da operação Inverno, iniciada em novembro de 2022.

No ano passado, segundo a SMS, o Henrique Jorge registrou 419 casos de dengue (2,5% do total de casos de Fortaleza) e 101 de chikungunya (0,5%). Os números são os mais expressivos entre os 17 bairros que compõem a Regional de Saúde 3.

Os agentes também aplicaram larvicidas e o inseticida UBV em sistema aerosystem, composto por equipamento apropriado para aplicação de produtos químicos dentro das residências.

Dengue e chikungunya: combate aos focos do Aedes aegypti

A Secretaria orienta que os cuidados domésticos para evitar e combater locais de reprodução do mosquito Aedes aegypti devem ser semanais. Algumas medidas importantes são:

  • Manter as caixas d'água, cisternas e cacimbas bem vedadas e com tela;
  • Cobrir e tampar tanques, tambores, potes, filtros e tinas;
  • Guardar recipientes com a boca virada para baixo;
  • Manter material reciclável abrigado da chuva e encaminhar para a reciclagem;
  • Preencher com areia os pratos de vasos de plantas;
  • Limpar com frequência calhas, lajes e ralos;
  • Manter cobertos e adicionar semanalmente água sanitária nos ralos e vasos sanitários em desuso;
  • Lavar semanalmente com bucha ou escova os bebedouros de animais;
  • Tratar piscinas;
  • Esticar e inclinar lonas para não formar poças.

Nos casos de espaços públicos ou terrenos abandonados que possuem irregularidades, como possíveis focos do mosquito, denúncias podem ser feitas nas sedes das Regionais ou por meio do telefone 156.