Associações e sindicatos fazem ato contra o fechamento de hospitais em Fortaleza
Fortaleza teve o penúltimo pior desempenho entre os 184 municípios do Ceará no ranking Programa Previne Brasil referente ao 3º quadrimestre de 2022Um ato em defesa da saúde pública ocorreu em frente ao Posto de Saúde Anastácio Magalhães, na manhã desta segunda-feira, 30, no bairro Rodolfo Teófilo, em Fortaleza. As associações e sindicatos questionam o fechamento de hospitais, a falta de transparência por parte da Prefeitura e problemas estruturais nos postos de saúde da Capital.
Fortaleza teve o penúltimo pior desempenho entre os 184 municípios do Ceará no ranking Programa Previne Brasil referente ao 3º quadrimestre de 2022. A avaliação é feita pelo Ministério da Saúde e mede a qualidade dos serviços de saúde básica oferecidos à população.
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Para Daumiro Castro, coordenador do Sindicato dos Odontologistas do Ceará (Sindiodonto), uma das principais razões para o problema na saúde pública de Fortaleza foi o fechamento do Gonzaguinha da Messejana e o fim dos atendimentos de urgência nos hospitais Gonzaguinha da Barra do Ceará e Nossa Senhora da Conceição.
As pessoas, que antes eram atendidas nesses hospitais, agora são encaminhadas a postos de saúde que, segundo ele, não possuem uma estrutura adequada para suportar a demanda de pacientes. “Fechar o hospital sem organizar toda uma rede, você deixa um espaço vazio muito amplo no atendimento”, diz Daumiro.
Segundo ele, o Sindiodonto e o Sindicato dos Enfermeiros do Ceará (Senece) estão realizando visitas em todos os postos de saúde de Fortaleza. “O que tem se observado é uma total degradação da rede estrutural, com raras exceções."
Falta de estrutura dificulta a acessibilidade às unidades de saúde
Na entrada do Posto de Saúde Anastácio Magalhães, por exemplo, não existe uma rampa de acessibilidade, apenas uma escada que fica bem escorregadia com a chuva. Isso dificulta o acesso de pacientes idosos e com deficiências.
Esse não é o único problema. Segundo Rejane Fonteles, diretora do Senece, os problemas estruturais persistem durante todo o ano, mas são agravados durante o período chuvoso,por conta de questões relacionadas à umidade e proliferação de fungos.
“Não só isso, falta medicamento, insumos, isso prejudica tanto o trabalho que a gente oferece quanto a vida do usuário”, conta Jordana Queiroz que também é diretora do Senece.
Maria de Socorro, 74, frequenta o Posto de Saúde Anastácio Magalhães — onde o ato aconteceu — desde 2016 e vai ao local mensalmente para receber medicações para glaucoma. Ela estava na unidade no momento do protesto e contou que nunca teve problemas durante um atendimento.
Já Dilanir Alves, 53, disse o contrário. Ela foi buscar remédios para diabetes e colesterol, mas recebeu apenas parte das medicações. Além disso, contou que o posto tem mofo e problemas nos banheiros.
O protesto, que aconteceu em frente ao Posto de Saúde Anastácio Magalhães, começou às 8h30min e terminou por volta das 10 horas. 43 pessoas assinaram a lista de frequência do ato, conforme os sindicatos.
Através de nota, a Prefeitura de Fortaleza informou que os atendimentos na unidade de saúde ocorreu normalmente nessa segunda-feira, 30. Foi informado ainda que, no dia 11 de janeiro, foi realizado pagamento para a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), instituição que gerencia as unidades hospitalares municipais.
Sobre a infraestrutura, a Prefeitura afirma que a Secretaria da Infraestrutura está elaborando um projeto para construção de um novo posto de saúde Anastácio Maglhães. "A nova Unidade Básica de Saúde contará com infraestrutura completa e adequada para atender às demandas de saúde da população. Quando concluído, o projeto seguirá para licitação para contratação da empresa executora da obra. As intervenções terão início tão logo todo o processo seja finalizado", explica a Prefeitura em nota. Nenhuma data sobre o processo de construção da unidade foi informada.
Atualizada às 16h52